Foi inaugurado sexta-feira última no distrito de Massingir, província de Gaza, um novo Mercado de Peixe. Acredita-se que o empreendimento irá galvanizar a actividade pesqueira na Albufeira de Massingir.
Trata-se de uma infra-estrutura dividida basicamente em três compartimentos, sendo um para o processamento de pescado fresco, outro para produção e venda de gelo e uma terceira parte para venda de peixe.
Acredita-se que a nova infra-estrutura irá galvanizar a produção pesqueira naquele ponto do país, através da redução de perdas pós-captura, visto que uma das maiores queixas dos pescadores prendia-se com a falta de condições para conservação do marisco.
As obras de construção do novo mercado de peixe em Massingir custaram três milhões de meticais provenientes de um financiamento do Governo e da cooperação italiana, tendo a FAO como entidade executora.
O acto da inauguração das instalações coincidiu com as comemorações do 21 de Novembro, Dia Mundial do Pescadores, cujas cerimónias centrais tiveram lugar em Massingir e foram orientadas pelo governador da província de Gaza, Raimundo Diomba.
Diomba disse na ocasião que o crescimento da produção pesqueira coloca o país em melhores condições de combater à pobreza, tendo enfatizado o facto de a pesca ter criado uma cadeia de valores a partir da localidade, passando pelo distrito e província, onde o pescador produz, os comerciantes revendem e por fim o cidadão consome. “Portanto, este novo mercado de Massingir completa essa cadeia de valores e empresta um valor acrescentado à rede de desenvolvimento”, disse o governador.
Segundo Diomba, os pescadores artesanais e aquacultores são chamados a produzir mais, de modo a atender as necessidades da população e conceder mais valor nutritivo ao cidadão. Daí que tenha apelado à prática de uma pesca cada vez mais responsável, respeitando o período de defeso, porque só assim haverá também a reprodução da espécie.
Apelou ainda a uma maior fiscalização contra os pescadores ilegais, através dos Comités Comunitários de Pesca (CCP), pois estes mais do que ninguém sabem quem está licenciado para a pesca.
O representante da Embaixada da Itália disse que a actividade pesqueira é um dos sectores fulcrais na dinamização da economia moçambicana, pois para além de oferecer postos de emprego, apresenta também várias alternativas de auto-emprego para a população.
Segundo a fonte, o auto-emprego ganha maior expressão quando se sabe que dois terços da população moçambicana vive na zona costeira.
Por sua vez, o representante da FAO, em Moçambique, Castro Camarada, considerou o sector das pescas como fundamental para o trabalho, tendo em conta a produção alimentar e consequentemente a melhoria da qualidade de vida das comunidades pesqueiras.
O Administrador de Massingir, Alberto Libombo, comprometeu-se, em nome da população e dos pescadores locais, a fazer o uso correcto daquele empreendimento e sobretudo garantir a sua manutenção.