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Jornalistas querem preservação da ética e deontologia profissionais

Por admin

Jornalistas dos países de língua portuguesa filiados a respectiva federação (FJLP) reuniram-se em Maputo para passar em revista as actividades desenvolvidas nos últimos anos para a consolidação 

da própria organização, proceder a uma revisão pontual dos estatutos bem como discutir temas candentes no seio dos profissionais da comunicação.

Organizado conjuntamente pelo Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ) e a Federação de Jornalistas de Língua Portuguesa (FJLP), o Congresso aflorou aspectos ligados à liberdade de expressão, organização profissional e sindical dos jornalistas, intercâmbio entre os profissionais da área, uniformização de procedimentos no seio da organização, entre outros aspectos.

A par dos debates, teve lugar a Assembleia Geral da FJLP que, de entre vários temas, fez uma avaliação do mandato constitutivo da Federação, discutiu e aprovou o regulamento do Prémio Internacional de Jornalistas de Língua Portuguesa, avaliou as propostas para a criação de um Portal de Internet para a FJLP e procedeu também a eleição da direcção executiva, mesa da assembleia e demais órgãos directivos.

Assim, a FJLP passa a ser dirigida pelo Brasil (APPROCOM) coadjuvado por Cabo Verde (AJOC), enquanto Moçambique (SNJ) é responsável pela presidência da Mesa da Assembleia Geral. Portugal (SJP) dirige o Conselho Fiscal enquanto o Brasil (SINDJORNP) acumula o Conselho Deontológico.

Varias apresentações, abordando aspectos diversos que vão desde a A Imagem do Jornalismo, passando pela Integração de trabalhos de Jornalistas de Língua Portuguesa no Espaço Cibernético e a Ética e Deontologia profissional bem como a Calúnia e a Difamação, foram levados a cabo seguindo-se sempre animados debates em volta dos mesmos. Também foram efectuadas visitas guiadas à Televisão de Moçambique e a Rádio Moçambique.

 

DECLARAÇÃO DE MAPUTO

 

No cair do pano do Congresso, no qual participaram representantes de Moçambique, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Portugal e São Tomé e Príncipe,os jornalistas filiados na FJLP emitiram uma declaração que, pelo seu conteúdo para a classe, publicamos na íntegra.

Os jornalistas reunidos no Congresso Internacional dos Jornalistas de língua portuguesa realizado em Maputo, nos dias 24 e 25 de Abril, apelam ao poder político e económico que respeitem o exercício da profissão, garantindo a liberdade de imprensa e expressão enquanto fundamento do Estado de Direito e democrático.

Os participantes no Congresso defenderam nesse contexto a criação de um Observatório da Liberdade de Imprensa nos países e territórios de língua portuguesa.

Os participantes condenam todos os atropelos à liberdade de imprensa, que se têm vindo a verificar nalguns países de língua portuguesa, nomeadamente na Guiné-Bissau, Angola e Moçambique.

Manifestam também a sua preocupação com a onda de despedimentos que tem afectado muitos profissionais em Portugal e no Brasil.

Manifestam ainda preocupação pela excessiva concentração de órgãos de comunicação social no mesmo grupo ou grupos económico-financeiros, alinhados com o poder estabelecido, impedindo dessa forma a existência do pluralismo informativo, a diversidade de meios e do são exercício do contraditório.

Os jornalistas reunidos no Congresso apelam a todos os profissionais a observância de todas as regras éticas e deontológicas no exercício da profissão. Defenderam ainda a existência de um título profissional reconhecido em todos os países e territórios de língua portuguesa, objectivo prioritário para o livre exercício e defesa da profissão.

Os participantes no Congresso congratulam-se com a criação do Prémio Internacional de Jornalismo de Língua Portuguesa e defenderam ainda o reforço do intercâmbio e sinergias entre os profissionais de língua portuguesa.

Apelam igualmente a todos os governos que facilitem a livre circulação dos cidadãos e, em particular, dos jornalistas no espaço geográfico dos países e territórios de língua portuguesa.

Os participantes no Congresso Internacional dos Jornalistas de língua portuguesa congratulam-se pela decisão da FAJ – Federação Africana de Jornalistas – pela inclusão do português como língua de trabalho naquela instituição. Manifestaram também o desejo de ver reforçado o intercâmbio e cooperação entre a FAJ e os jornalistas de língua portuguesa.

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