O candidato do partido Frelimo à presidência do Conselho Municipal de Boane, Jacinto Lapido Loureiro, mostra-se confiante na vitória nas eleições autárquicas desta quarta-feira naquela vila municipal da província de Maputo, onde estão inscritos 41 mil eleitores e 889 eleitores e com 31 mandatos. Loureiro tem como adversário Justino Matola, do Movimento Democrático de Moçambique (MDM).
Jacinto Loureiro, que falava ao domingo na última quinta-feira no decurso dos trabalhos da campanha eleitoral que efectuava aos 33 bairros que constituem a zona autárquica daquela vila, sustenta a sua convicção com a simpatia que foi granjeando durante o contacto com o eleitorado e as obras do partido no terreno, que ultrapassaram as expectativas da população.
No seu manifesto eleitoral pontificam, entre outros desafios, o aprovisionamento da água potável, expansão da rede eléctrica, asfaltagem das vias rodoviárias, melhoramento urbanístico, construção de um mercado municipal, entre outros aspectos a serem definidos pelos munícipes.
Nas linhas que se seguem acompanhe os extractos da conversa.
Qual é a sua motivação para concorrer à presidência do Município de Boane como candidato do partido Frelimo?
Desde muito cedo ouvi falar deste partido na minha terra natal, distrito de Montepuez, província de Cabo Delgado, ainda em tenra idade, sabia que havia um movimento de libertação nacional chamado Frelimo, que lutava pela libertação do país do jugo colonial português, daí que muito cedo tive influência para o nacionalismo. Qual é a motivação? Muito simples, em 1999 fui deputado suplente na Assembleia da República e na governação de Eneas Comiche, no município de Maputo, fui vereador do pelouro das Actividades Económicas pelo que já tenho bagagem suficiente.
Portanto, a motivação é maior e aliado a isso dia após dia o número dos apoiantes tende a aumentar cada vez mais e a maioria está ansiosa em votar pela primeira vez para escolher os seus dirigentes locais, pelo que nada há a fazer a não ser continuar firme nesta caminhada rumo a vitória nas eleições desta quarta-feira.
Quais serão as prioridades da sua governação caso saia vencedor do escrutínio do dia 20 de Novembro próximo?
Irei pautar por uma governação participativa, pois, só assim é que poderei ir ao encontro daquilo que são as necessidades das populações. Olha, cada bairro tem a sua preocupação e o município é extenso, vai até à fronteira com os distritos da Namaacha, Matutuine, Moamba, assim como o Posto Administrativo da Matola-Rio. O que pretendo dizer com isso? Muito simples, é que os problemas que encontramos no bairro Mabanja são diferentes de Gueguegue ou mesmo do bairro Eduardo Mondlane, daí que vamos priorizar uma governação participativa em que serão as próprias pessoas a delinear as necessidades que têm e que acham que poderão ser resolvidas com a governação municipal.
Do leque dessas prioridades existem aquelas que são a principal preocupação…
De uma forma geral a grande preocupação prende-se com o abastecimento de água potável. Em segundo plano, são as estradas. A única asfaltada é a via principal e as outras são de terra batida. Em terceiro lugar está a carência do transporte público de passageiros, o que dificulta a movimentação das pessoas, sobretudo dos estudantes do curso nocturno, portanto, estas são as principais áreas que preocupam os munícipes, para não falar da falta de mercados e a prática do comércio informal onde há muita anarquia.
O comércio informal tem sido bico-de-obra na governação municipal. Como pensa resolver esse problema?
A primeira questão é que temos que criar mercados na maioria dos bairros mais movimentados e um grande bazar mesmo aqui perto da vila, até porque já dispomos de um terreno para esse feito que até poderá contemplar um parque de estacionamento para os transportadores semicolectivos de passageiros. Aliás, isso já está no nosso manifesto eleitoral, quer dizer, vamos construir um mercado municipal de referência, com a capacidade para mais de mil vendedores e com uma rua principal para permitir o acesso fácil quer para os comerciantes, assim como aos pedestres.
Qual é a periodicidade para executar esse plano?
A vila de Boane vai ser uma autarquia pela primeira vez daí que é preciso ter cautelas com os prazos; falar em termos de tempo para um município que está a iniciar é um pouco difícil porque há que elaborar um orçamento e depois iniciar contactos com os financiadores para a execução dos projectos. Mas, uma coisa é certa: teremos de construir um mercado municipal.
Estamos nos derradeiros momento da actividade de campanha eleitoral, que ilação tem dos eleitores?
A população de Boane surpreendeu-me bastante pela positiva. Inicialmente havíamos feito uma pré-campanha na apresentação do candidato aos bairros e agora estamos a fazer uma segunda ronda e por estas alturas todos conhecem Jacinto Loureiro, até as crianças. Por isso estamos satisfeitos e, neste momento, não lutamos pela vitória porque essa está assegurada, mas sim pelos 31 assentos na assembleia municipal.
Não teme o seu adversário do Movimento Democrático de Moçambique?
Nós o respeitamos bastante, mas por aquilo que verificamos no terreno a sua expressão é insignificante, isto é, não constitui nenhuma ameaça para o nosso manifesto eleitoral.