O estadista moçambicano e presidente da Aliança dos Líderes Africanos Contra a Malaria (ALMA), Armando Guebuza, afirmou que deseja ver um maior envolvimento de mais actores no combate a malária no mundo, não obstante os progressos registados nos últimos anos no combate a doença.
Guebuza falava durante a cerimónia de atribuição do quarto prémio Anual de Excelência da ALMA 2014, um acto que teve lugar durante a sessão de abertura da 22ª Cimeira Ordinária dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana, um evento de dois dias que decorreu em Addis Abeba, capital Etíope.
Ao longo dos últimos quatro anos, guiados pelo plano estratégico da União Africana (UA), os países africanos organizaram-se para aumentar de uma forma crítica e sustentável os seus orçamentos domésticos, particularmente no combate à malária, tendo-se juntado a esta causa vários parceiros de desenvolvimento.
O efeito combinado dessas acções segundo Guebuza, foi o aumento significativo de recursos e a produção de resultados muito positivos reportados no relatório mundial da malária no ano de 2013.
Contudo, o presidente da ALMA, apesar desses progressos, considera que precisamos de fazer muito mais e, por isso, apelamos para que mais actores se juntem nesta luta.
Os países premiados alcançaram os padrões de excelência definidos pelo comité independente de selecção dos “prémios de excelência” da ALMA, que inclui a Organização Mundial da Saúde (OMS), o movimento Fazer Recuar a Malária (RBM), o sector privado, sociedade civil e académica.
Guebuza explicou que, apesar dos múltiplos desafios que os países premiados tiveram que ultrapassar, os mesmos mantiveram ao longo de todo o ano mais de 95 por cento de cobertura operacional de intervenções de controlo vectorial, na distribuição de redes mosquiteiras tratadas com insecticidas de longa duração e/ou na pulverização intra-domiciliária.
Classificados por ordem de maior cobertura, os países premiados são Madagáscar, São Tomé e Príncipe, Namíbia, Suazilândia, Ruanda, Malawi e Cabo Verde.
A malária é uma das principais causas da mortalidade infantil no mundo inteiro, causando a morte de 627 mil crianças por ano, a maioria das quais em África.
No mês passado, o Relatório Mundial sobre a Malária anunciou que mais de 3,1 milhões de vidas poderão ter sido poupadas em África desde o ano 2000, como resultado da intensificação das intervenções contra a doença.
Como resultado, a mortalidade associada com a malária reduziu na ordem de 49 por cento.
GUEBUZA QUER
RENAMO NAS ELEIÇÕES
O Presidente da República, Armando Guebuza, manifestou quinta-feira última, na capital etíope, Addis Abeba, o desejo de ver a participação da Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique a participar nas próximas eleições gerais agendadas para 15 de Outubro próximo.
“A Renamo não participou nas últimas autárquicas, e esperamos que ela participe (nas próximas eleições gerais) e ocupe o seu lugar na sociedade e, em particular, ao nível das políticas que estamos a aplicar no país”, disse Guebuza, falando durante um encontro com a comunidade moçambicana residente na Etiópia.
O Chefe do Estado explicou que por causa da recusa da Renamo em participar nas últimas eleições autárquicas, os membros daquela formação deixarão de existir nas assembleias municipais. Moçambique conta com 53 cidades e vilas municipais.
O estadista moçambicano encontra-se em Addis Abeba, desde a noite de terça-feira, para participar na 22ª Cimeira Ordinária de Chefes de Estado e de Governo da União Africana (UA) a ter lugar na quinta e sexta-feira desta semana.
O pleito de 15 de Outubro próximo inclui as presidenciais e parlamentares, para além das eleições das assembleias provinciais.
Para o efeito, já estão em curso a campanha de educação cívica, bem como os preparativos para o recenseamento eleitoral de raiz que inicia a 15 de Fevereiro a pedido da Renamo com vista a sua organização tendo em conta o processo.
Ele explicou que o governo está a fazer um esforço para acabar com os ataques, mas, para o efeito, é necessário que a Renamo se sinta parte da sociedade e dê a sua contribuição.
“É por isso que nós estamos em diálogo com a Renamo”, vincou.
Depois da interrupção unilateral das sessões do diálogo com o governo, em Outubro do ano passado, a Renamo decidiu retornar a mesa na última Segunda-feira, apesar de os contactos entre as partes prosseguirem através de outros canais.
“A melhor forma de fazer esses contactos é através deste diálogo que pode permitir resolver o problema que nós temos. Por conseguinte, é no diálogo que se pode encontrar a solução dos problemas e levar a Renamo a se sentir reintegrada, ou integrada na sociedade”, afirmou Guebuza.
O Presidente frisou que qualquer acordo ou entendimento com a Renamo não deverá por em causa a Constituição da República que é o instrumento guia de todos os moçambicanos e que “qualquer acordo que se alcance deve resultar num Moçambique melhor do que o de hoje”.
A agenda de Guebuza em Addis Abeba também incluiu a participação na reunião do Mecanismo de Revisão de Pares (MARP), do Conselho de Paz e Segurança, que analisou a situação no Egipto, República Centro Africana e Sudão do Sul, entre outros eventos.
Nesta deslocação a Etiópia, o Chefe de Estado fez-se acompanhar da Primeira-dama, Maria da Luz, pelos ministros dos negócios estrangeiros, Oldmiro Baloi, da planificação e desenvolvimento, Aiuba Cuereneia, da administração estatal Carmelita Namashulua, na presidência para assuntos parlamentares, autárquicos e das assembleias provinciais, Adelaide Amurane, e pelos vice-ministros da agricultura, António Limbau; e da saúde Nazira Abdula.
Elias Samo Gudo, da AIM, em Addis Abeba