O Presidente da República (PR), Filipe Jacinto Nyusi, exortou os novos governadores provinciais a solucionarem os problemas locais e não esperarem por orientações do governo central. Nyusi fez esta exortação esta semana durante a cerimónia de investidura destes dirigentes.
Com efeito, tomaram posse: Alberto Mondlane para o cargo de governador de Manica, Maria Helena Taípo (Sofala), Victor Borges (Nampula), Iolanda Cintura (cidade de Maputo), Arlindo Chilundo (Niassa), Raimundo Diomba (Maputo-província) e Agostinho Trinta (Inhambane).
Também foram empossados: Paulo Auade, para governador de Tete, Celmira Silva, para Cabo Delgado, Stela Pinto, para a província de Gaza e Abdul Razak, para a província da Zambézia.
Dirigindo-se aos empossados, Filipe Nyusi afirmou que não estava a conferir posse aos mensageiros do povo para o governo central, e/ou vice-versa, mas personalidades que devem ter iniciativa para tirarem vantagens das oportunidades existentes não só para resolver os problemas da província, mas também para atraírem mais investimentos.
“Quando dizemos que cada governador deve ser proactivo, estamos a dizer que não deve ficar à espera de orientações superiores na busca de soluções que impulsionem o desenvolvimento da província. Sejam principais actores na atracção de investimentos e promoção do empresariado local a fim de alargarem as oportunidades de emprego, sobretudo para jovens”,disse o PR.
Segundo o Chefe do Estado, os governadores empossados devem trabalhar para assegurar que as vias de acesso sejam transitáveis entre distritos, postos administrativos e localidades em toda época do ano e tenham em todos os actos a capacidade de prevenção e antecipação dos diferentes fenómenos.
Nyusi alertou para a necessidade de os empossados dinamizarem o aumento da produção e da produtividade, acompanhado de acções de educação da comunidade para garantir a segurança alimentar e nutricional das populações, bem como a criação de excedentes para a comercialização e aumento da renda das famílias.
Ainda de acordo com o PR, os novos timoneiros provinciais devem ser os principais guardiões da harmonia, paz, tranquilidade na concórdia, justiça no seio das famílias e das comunidades.
“Respeitem e busquem um maior envolvimento dos líderes tradicionais e comunitários, das autoridades religiosas, dos partidos políticos e demais organizações da sociedade civil. Sejam sempre realistas e evitem prometer o impossível. Saibam definir metas e prioridades”,referiu o Chefe do Estado.
Estamos prontos para a missão confiada
– garantem os novos governadores
Os onze governadores provinciais que tomaram posse esta semana em Maputo perante o Chefe do Estado, dizem estar preparados e prontos para liderar com sucesso o processo de governação que deverá conhecer níveis elevados de crescimento das províncias, com destaque para as áreas socais, como por exemplo, Educação, Saúde, Infra-estruturas, entre outros sectores.
“Mitigar o sofrimento das vítimas das cheias”
– Abdul Razak, governador da Zambézia
O governador da província da Zambézia, Abdul Razak considera como prioridade para sua governação nesta província, assegurar o apoio necessário para que as populações afectadas pelas cheias e inundações reconstruam o mais rápido possível as suas vidas.
“Vamos envidar todos os esforços ao nosso alcance para normalizar o mais rápido possível a vida das populações afectadas pelas cheias. Portanto, a prioridade é criar condições para socorrer toda gente que se encontra cercada pela água, pelo que temos que fazer de tudo para normalizar o mais breve possível a vida das populações”,disse Abdul Razak, sublinhando que o passo a seguir será a implementação do manifesto eleitoral sufragado nas eleições de 15 de Outubro último.
“Desenvolver o capital humano”
– Arlindo Chilundo, Niassa
Arlindo Chilundo, governador da província do Niassa, considera o desenvolvimento do capital humano e as infra-estruturas como as duas prioridades que leva para esta província.
Segundo ele, mesmo com infra-estruturas desenvolvidas, mas sem capital humano desenvolvido não é possível, promover um desenvolvimento sustentável da província.
“Na nossa agenda, primeiro vamos olhar para a pessoa humana, trabalhar com ela para o desenvolver, mas também as infra-estruturas. O desenvolvimento do capital humano significa Educação e Saúde. Essas são as duas grandes prioridades que uma vez concretizadas poderemos promover mais investimento, atrair mais capital para a província e com isso assegurar um desenvolvimento sustentável”,disse Chilundo, quando questionado sobre que prioridades tinha para Niassa.
“Os desafios são enormes”
– Stella Pinto, Governadora de Gaza
“Ainda não tenho armas secretas para os desafios que espero enfrentar, porque primeiro preciso conhecer melhor a província. Sei que tenho vontade e disponibilidade para chegar a Gaza e ouvir o povo para juntos tentarmos ver o que podemos fazer para desenvolver a nossa província. Os desafios são enormes e julgo que, com o apoio da população, lograrei resultados positivos”,assim reagiu Stella Pinto.
Stela Pinto fez questão de frisar que: “conheço muito pouco a província. Estou pronta para chegar e identificar-me com a base. Esse reconhecimento é que vai-me ajudar a definir prioridades. Para já, levo muita humildade e vontade de trabalhar. Estou pronta para servir”.
Stela Pinto é licenciada em ensino de Biologia e nos últimos tempos trabalhou na direcção pedagógica da Universidade Pedagógica, delegação de Quelimane.
“Não olharei a cor partidária”
– Maria Helena Taipo, Sofala
Maria Helena Taipo indicada para dirigir a província de Sofala diz que não vai olhar as cores partidárias no exercício da nova missão que lhe foi confiada pelo Chefe do Estado.
“Não olharei a cor partidária. Após a minha nomeação recebi uma mensagem do edil da Beira, Daviz Simango, a desejar-me boas vindas e a manifestar a sua disponibilidade para ajudar e colaborar connosco no desenvolvimento da província”,disse Helena Taipo, para quem este gesto é prenúncio de boas relações com a edilidade.
Na ocasião, aquela governante frisou conhecer parte dos problemas da província de Sofala, os quais os considera similares aos dos outros pontos do país, entre eles, emprego para jovens, habitação e desenvolvimento.
“Como Ministra de Trabalho, nunca senti diferença entre as províncias em relação ao que está plasmado tendo em conta os projectos do desenvolvimento. Trago na bagagem aquilo que é sentimento, o mandato do Presidente de que o diálogo será arma secreta não só para o desenvolvimento, mas também para manter a paz em Moçambique”,disse Taipo.
“Ouvir o povo e colher sensibilidades”
– Celmira Silva, governadora de Cabo Delgado
Por sua vez, Celmira Silva, nomeada governadora da província de Cabo Delgado, diz que sendo esta província uma referência no sector do Turismo, tudo fará para elevar o performance neste sector de actividade.
Segundo explicou, é necessário que haja conjugação entre vários actores da sociedade para que Cabo Delgado continue a ser referência internacional no turismo e nas áreas dos hidrocarbonetos que estão a ser descobertos.
“Vamos apostar na melhoria da qualidade de Educação, Saúde e resolver os problemas relacionados com a água potável, infra-estruturas e estradas. Com a população, vamos estudar uma abordagem participativa de outras formas diferentes de poder resolver os problemas. Quero ouvir o povo e dele colher sensibilidade de como resolvê-los”,explicou a governadora.
“Produzir mais alimentos”
– Agostinho Trinta, Inhambane
O governador de Inhambane, Agostinho Trinta diz que os desafios para o presente mandato passam por dar continuidade e com passos bastantes acelerados ao processo de desenvolvimento da província, sobretudo no que concerne à produção de alimentos, assim como incentivar a questão de auto -emprego principalmente para a juventude e as mulheres.
“Temos a outra frente que é a da Educação. Vamos apostar no sector técnico profissional no sentido de ensinar a juventude como fazer melhor as coisas. Também, temos a área da Saúde, onde queremos levar as unidades sanitárias a cada vez mais pessoas”,disse Trinta, sublinhando que vai cumpri a orientação do Chefe do Estado segundo a qual até ao fim deste mandato nenhuma criança estude ao relento ou sentada no chão.
Domingos Nhaúle