O Ministério da Saúde (MISAU) explicou, semana passada, que desde 2016, há três anos, portanto, Moçambique está a praticar a chamada profilaxia pré-exposição ao HIV no quadro de uma abordagem-piloto que iniciou em cinco províncias, designadamente Tete, Sofala, Zambézia, Manica e Nampula.
O MISAU esclareceu ainda que o medicamento a ser usado na profilaxia não é 100 por cento eficaz conforme veremos, consistindo, basicamente, no uso de anti-retrovirais para REDUZIR o risco de infecção.
Estamos, assim, a falar de mais um componente na abordagem adoptada pelo MISAU para combater o HIV que implica, sublinhe-se isto, a toma DIÁRIA de um único medicamento como barreira para o HIV antes que a pessoa tenha contacto com o vírus.
O medicamento deve ser tomado uma semana antes da exposição ao risco e naturalmente tem efeito protectivo para quem ainda não tem o vírus.
É importante sublinhar, aqui e agora, que este método de prevenção não protege o cidadão de outras infecções sexualmente transmissíveis, como sífilis, gonorreia, e, portanto, deve ser combinada com outras formas de prevenção, destacando-se, desde logo, a importância do preservativo.
Queremos chamar atenção de todos que ainda não é o momento de se comemorar o fim das infecções por HIV. Devemos, sim, continuar a aplicar as medidas de prevenção que adoptámos. Não devemos deitar fora o preservativo.
Ademais, enfatiza o MISAU, tal medicamento não é para todos. É reservado, em primeiríssimo lugar, para grupos de maior risco à exposição, nomeadamente homens que fazem sexo com outros homens, trabalhadoras de sexo, casais serodiscordantes, adolescentes e jovens entre 15 e os 24 anos de idade.
A terapia pré-exposição só pode ser feita acompanhada por um profissional de saúde. Portanto, nada de correr para as farmácias ou ao dumba-nengue.
Somente o profissional de saúde pode verificar se você tem indicação para este tratamento. Compete a ele a realização de exames regulares para aferir se continua ou não elegível.
Como dizíamos, não estamos a falar de um fármaco 100 por cento eficaz. A sua eficácia e biodisponibilidade variam de caso para caso, atendendo circunstâncias diversas que podem definir a exposição ao risco.