A democracia multipartidária, introduzida pela Constituição de 1990 e cimentada pela realização de eleições gerais e multipartidárias regulares, tem o condão de colocar na cadeia de tomada de decisões um Parlamento constituído por diversas linhas de pensamento em função das bancadas constituintes.
No nosso caso, em 1994, nas primeiras eleições, a Frelimo, a Renamo-União Eleitoral e a União Democrática ocuparam a magna sala da “24 de Julho”. Nas últimas eleições, em 2014, o Parlamento continuou com uma tríade constituída pela Frelimo, Renamo e MDM. Manteve-se, por assim dizer, a base de contribuições para uma melhor governação, considerando que os deputados têm um papel fundamental quer como legisladores, quer na qualidade de fiscalizadores do desempenho do Governo.
Sucede, porém, que, salvo melhor memória, desde que se passou a um Parlamento multipartidário nunca a oposição votou a favor do Plano Económico e Social (PES) e o Orçamento do Estado (OE), o que é compreensível, até porque pode ser que esta seja a melhor forma encontrada para manifestar a sua liberdade de pensamento.