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Galardoando os que ajudaram a criar e a consolidar o Estado moçambicano

Por admin

Esta semana celebrámos o 25 de Junho. O 25 do marco da nossa Independência. Comemoramos 39 anos, depois que nos libertarmos totalmente do jugo colonial. E começamos ainda esta semana a contagem decrescente em direcção aos 40 anos da nossa libertação. Número redondo para festejar de forma rija.

Estas comemorações dos 39 anos de Independência, acontecem numa altura em que o Presidente Guebuza tem estado a despedir-se e a agradecer o povo que o elegeu para estar à frente desta Nação nestes quase dez anos. E não foi por acaso que neste 25 de Junho aconteceram as cerimónias de reconhecimento de algumas personalidades e instituições que contribuíram, como dizia o Chefe do Estado, para que “o nosso sonho de liberdade e independência se concretizasse; a integridade territorial se mantivesse inviolável; os fundamentos de um Moçambique de crescente prosperidade, unido e consolidando a paz através do diálogo e da reconciliação fossem cristalizados e a projecção internacional da nossa Pátria Amada alcançasse outros patamares”.

É que pelas “obras se conhecem os heróis”. É um adágio, cuja formulação se perde na noite dos tempos, compendiado pela sabedoria popular durante milénios. A obra de Eduardo Mondlane está aí, à vista desarmada, para quem quiser ver: a independência de Moçambique, base do desenvolvimento de todos nós, sem a qual continuaríamos estrangeiros na nossa própria pátria, explorados, humilhados e ofendidos, pela simples razão de sermos moçambicanos. Razão tinha Eduardo Mondlane quando pediu aos estudantes para se colocarem inteiramente ao serviço da libertação do seu povo, para abandonarem as carreiras académicas, caso fossem chamados para o treino militar, porque era prioritário na altura pegar em armas disciplinadamente a fim de vencer o regime colonial, já que outro meio não havia, uma vez que Salazar se mantinha intransigente, recusando toda e qualquer espécie de diálogo conducente à emancipação.

Para Eduardo Mondlane e seus companheiros a necessidade da independência não era negociável. Negociável poderia ser o caminho que a ela conduzia, o último dos quais seria a luta armada, caso todos os outros se fechassem. E fecharam.

Neste 39 anos da independência foram galardoados outros heróis. Individuais e colectivos. Pessoas vivas ou mortas que se sacrificaram por todos nós ou prestaram serviços relevantes à comunidade, chamando a atenção popular para determinados valores, merecendo, por conseguinte, apreço público. Pessoas, cujo exemplo, nos atrai e nos incita a desenvolver a sociabilidade em solidariedade activa. Pessoas que iluminam caminhos de libertação. Pessoas que atraem e que inspiram em nós desejos de imitá-las.

Foram distinguidas, em áreas diversas, moçambicanos e estrangeiros, que ajudaram a criaram e a consolidar o Estado moçambicano. Que ajudaram a conquistar a paz e a manter a Nação indivisível, apesar de forças outras que nos queriam dividir com base na raça, no credo apostólico, na tribo e na região, que quiseram arrancar a nossa identidade.

Por isso, celebrar a Independência é pensar que o 25 de Junho foi a base indispensável para podermos caminhar com os nossos pés e decidirmo-nos pela nossa cabeça. Foi o primeiro dia do resto da nossa vida. Foi uma lição fantástica e, ao mesmo tempo realista, de que os grandes ideais podem ser concretizados por entre perigos, guerras e obstáculos, mais do que parece prometer a força humana.

Este sonho de independência, carreado para a interioridade do processo de desenvolvimento, continua, hoje, actuante, na persistência da luta contra a pobreza e pelo desenvolvimento do país. Um povo com fome não endireita a cabeça. Ajoelha-se perante o benfeitor esmoler.

O 25 de Junho é sinal mais que claro de que é possível acabar com a pobreza, construir a justiça social, enraizar a liberdade no coração dos humanos, criando-lhe condições de expansão, erradicar a ignorância, semear o conhecimento, conhecimento este que, hoje como hoje, é a maior e principal riqueza de um povo. Que é possível edificar um Estado independente e democrático ao serviço dos milhões e milhões de moçambicanos e que este Estado é um processo eficiente e dinâmico e nunca uma conclusão definitiva. Que o Estado está ao serviço da vida em perpétuo movimento e que parar é morrer.

Temos razão, a história é mestra da vida, para nos alimentarmos da certeza de que o sonho continua e de que as coordenadas de desenvolvimento estão fundamentalmente correctas e de que é possível endireitar constantemente o percurso, através de reformas pontuais, que venham a impor-se e isso precisa de homens e mulheres que nos dêem exemplos vivos, sobre a abnegação da luta constante que é preciso fazer para sermos melhores e tornar a Nação mais forte.

Como disse o Chefe do Estado na cerimónia central dos 39 anos da Independência “são esses compatriotas e essas instituições que inscreveram os seus nomes nos anais da nossa História, com letras douradas, e mantêm vivos os valores que foram concebidos a 25 de Junho de 1962 e cristalizados ao longo destes 52 anos do nosso processo histórico. Ao galardoá-los com as insígnias de títulos honoríficos e condecorações, queremos que sirvam de exemplo para todos os moçambicanos pela coragem, coerência, dignidade e total dedicação à causa do nosso Povo e da Pátria Moçambicana”.

E acrescentou: “oempenho extraordinário destas pessoas singulares e colectivas ganha, através desta cerimónia, o reconhecimento do Estado Moçambicano, um reconhecimento que transcende o seu tempo, na medida em que, as insígnias, que acabamos de conceder, representam a gratidão de todos os moçambicanos das gerações presentes e do futuro. É essa dimensão que manterá sempre vivos os valores corporizados por estes e outros destacados filhos de Moçambique, que hoje e doravante agraciamos com as insígnias dos títulos honoríficos e condecorações da República de Moçambique”.

 

 

 

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