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Empenho de Nyusi!

Por admin

Se alguma dúvida ainda subsistia sobre a destreza e entregacom que o Presidente da República, Filipe Nyusi, está a trabalhar para o alcance de uma paz efectiva no país, na última semana, foi mais do que dissipada.

Esta nossa percepção assenta no facto de o Presidente Filipe Nyusi, longe de querer chamar a si os holofotes da comunicação social, ter demonstrado que tem controlo de todo o mecanismo de diálogo em curso entre o Governo e a Renamo e outros detalhes de natureza militar.

Também ficou claro que o Presidente da República escolhe o timing para se pronunciar à nação e, como já vem sendo seu apanágio, sempre que o faz tem uma mensagem de esperança e paz a oferecer.

Na passada quinta-feira, os moçambicanos ouviram, em primeira mão, Filipe Nyusi informar aos jornalistas e, por via destes, à nação o seguinte: “Instruímos que as Forças de Segurança deixassem os postos que estavam ocupados, durante o período das hostilidades, em defesa das comunidades, em Gorongosa. Dois postos já foram abandonados e no terceiro, que era praticamente a principal base da Renamo, em Namadjiua, também já instruímos que seja abandonada pelas Forças de Segurança”.

Nyusi clarificou ainda que “o grupo que está a discutir os assuntos militares sugeriu que criássemos uma estrutura de verificação, de observação, sobre o silêncio que o povo tanto pede. Para tal, acordámos que temos de ter dois centros, o centro-base, que vai funcionar aqui em Maputo, para agir em caso de qualquer confusão ou desentendimento, e outro centro que será fixado em Gorongosa, que vai gerir todas as preocupações na zona Centro”.

Entendemos que as negociações em curso se assemelham a uma prova de maratona e, consequentemente, exige muita sobriedade e paciência porque estão fixados neste processo mais de cinquenta milhões de olhos, de pouco mais de 25 milhões de moçambicanos ansiosos em chegar à meta, isto é, ver terminada, de uma vez para sempre, esta espécie de “longa-metragem” que já foi escrita a sangue, suor e lágrimas.

A forma como as negociações estão a decorrer entre as partes chancela a tese de que os moçambicanos são capazes de ser donos do seu próprio nariz e destino, sendo facultativa a presença de mediadores internacionais, uma ideia que Afonso Dhlakama e o seu partido, finalmente, pelos sinais que vemos, parecem ter entendido.

Nós do domingo, como sempre o dissemos, entendemos que para travessia de grandes rios, superação de grandes barreiras físicas e ideológicas, não basta apenas edificar pontes, mesmo recorrendo à mais avançada das tecnologias e uso do modelo tridimensional (3D) sem confiança entre os homens.

Merece também o nosso encorajamento a nova postura do líder do maior partido de oposição moçambicana, Afonso Dhlakama que, paulatinamente, vai assumindo uma nova forma de ser e estar no nosso xadrez político e entende, dia após dia, que as armas são o trilho mais incerto para o alcance dos seus desideratos e do partido que representa.

Pelo desenrolar da carruagem, acreditamos que na próxima quinta-feira, 4 de Maio, dia que expira o prazo do terceiro período de tréguas iniciado em Dezembro de 2016, acordado por Nyusi e Dhlakama, ou antes disso, se vai anunciar mais uma boa nova aos moçambicanos, que poderá ser a cessação definitiva das hostilidades militares ou mais um prolongamento.

Recordar que em países verdadeiramente democráticos, onde não se brinca ao gato e rato, nenhum partido tem homens armados pelo que o anseio de todos nós como povo, entre outros, é ver o desarmamento efectivo dos homens da Renamo e sua (re)inserção nas Forças de Defesa e Segurança à luz do que está a ser discutido, bem como a conclusão do debate em torno da descentralização. 

Sublinhar que as negociações em curso não devem ser vistas pelos moçambicanos como sendo do Presidente Filipe Nyusi e Afonso Dhlakama, mas de todos nós, porque a não ser assim em ambos os lados da barricada surgirão chocalhos uivando aos quatro ventos que A tem mais visibilidade do que B o que vai seguramente resultar em mais confusão e no fim perderá a nação, perderá o país, ou melhor, perderemos todos nós! 

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