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Contornos de um atentado à soberania de Moçambique

Por Idnórcio Muchanga

Que lições podemos reter do apagão registado recentemente na rede de pagamento electrónico no país?

Essencialmente duas. Primeira. Impõe-se rigor e seriedade na selecção do provedor da rede. Segunda. Dentro do sistema bancário deve-se observar o sigilo como importante exigência para a segurança de todo o tipo de operações.

Percebe-se aqui que entre os dois pólos fundamentais de entendimento, nomeadamente a rede SIMO, detida maioritariamente pelo Banco de Moçambique, e a já famosa empresa BizFirst, nunca houve conexão funcional que espelhasse confiança e, na falta desta, sabemos que o diálogo é quase impossível.

É preciso mergulhar nesta verdade para se inferir que dificilmente o Banco de Moçambique podia expor elementos de um megaprocesso delicado, e o provedor, naquilo que se chama desespero de causa, esticou a corda em demasia, desvirtuando a ética, volatizando possíveis consensos.

A solução que acabou prevalecendo, na verdade um paliativo e não propriamente um remédio, resume o essencial desta desconfiança que ainda existe entre as partes mais importantes. Ou seja. O Banco de Moçambique continua a buscar outro provedor ao mesmo tempo que aceitou engolir sapos (ler texto nas páginas 2 e 3), colocando a solução temporária sob responsabilidade dos bancos comerciais que em nome dos clientes evitaram danos ainda avultados do apagão.

Os bancos comerciais adoptaram uma espécie de novo contrato, provisório, pagável por todos eles.

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