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Sector agrícola com maior peso na economia

Por admin

O Banco de Moçambique (BM) avançou, semana finda, em Maputo, que no segundo trimestre do presente ano a economia cresceu em cerca de sete por cento. Porém, este crescimento é considerado brando se comparado com o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, bem como com igual período do ano passado.

domingo apurou que a agricultura, que inclui a produção animal, caça e silvicultura continua a ser o ramo com maior peso na economia, contribuindo com cerca de 34 por cento do PIB. Aliás, é o que mais contribui para o crescimento económico do país com uma média anual de dois pontos percentuais.

Durante o segundo trimestre do ano em curso, a agricultura mostrou uma ligeira recuperação em relação aos trimestres passados ao crescer em pouco mais de seis por cento, traduzindo o aumento da produção de bens alimentares, que incluem citrinos e de culturas de rendimento como é o caso do tabaco e algodão.

O sector secundário também evolui positivamente neste período, cerca 11 por cento do PIB, influenciado, sobretudo, pelo crescimento da indústria transformadora que tem estado a recuperar, depois da queda registada em 2013. O impacto deste desempenho foi amortecido pelo sector de electricidade e água. No entanto, o sector terciário manteve uma contribuição significativa no crescimento global no período em análise, apesar da ligeira desaceleração associada ao abrandamento dos principais ramos, designadamente comércio, hotelaria e transportes e comunicações.

Para Waldemar de Sousa, porta-voz do Banco de Moçambique, o ramo da extracção mineira continua sendo o mais dinâmico, ao registar um crescimento anual de cerca de 13 por cento. “Mesmo assim, o seu peso na produção global ainda regista níveis relativamente baixos, cerca de dois por cento do PIB, tendo contribuído com 28 pontos base para o crescimento anual no trimestre”.

O desempenho do sector de extracção mineira foi explicado pela exploração das areias pesadas e pela evolução da produção de carvão de coque e térmico, não obstante a contínua queda do preço no mercado internacional.

Por outro lado, a indústria transformadora afigurou-se como o segundo mais dinâmico da economia, depois da indústria extractiva, registando um crescimento global de 12.5 por cento. O comportamento está associado ao papel da indústria metalúrgica, alimentar e de bebidas, elevando a contribuição do sector para 1,22 pontos percentuais.

A produção do alumínio, como um dos dinamizadores do sector, mantém o seu sinal de recuperação, favorecido pela evolução positiva dos preços desta mercadoria no mercado internacional. M     esmo assim, no segundo trimestre de 2014, continuou abaixo dos dois últimos períodos homólogos”, disse Waldemar de Sousa.

Enquanto isso, o sector de transportes e comunicações mantém, pelo terceiro trimestre consecutivo, a tendência de abrandamento, representando actualmente oito por cento da produção global depois de atingir pouco mais de 13 por cento no trimestre anterior. A redução deveu-se à interrupção temporária das linhas-férreas de Limpopo, Ressano Garcia e da Linha de Sena causada pelas chuvas registadas no final do primeiro trimestre.

Exportações caem no primeiro semestre

A exportação de bens moçambicanos para o resto do mundo resultou na arrecadação de quase dois milhões de dólares americanos de receitas, o que corresponde a um decréscimo de oito por cento, se comparado com o mesmo período do ano passado. A redução das receitas de exportações foi influenciada pela queda das exportações de carvão mineral, alumínio, gás e do açúcar.

No que concerne aos grandes projectos assistiu-se, durante o período em análise, a um crescimento de receitas, com destaque para a energia eléctrica com cerca de 41 por cento, impulsionado pela entrada em funcionamento da central térmica movida a gás em Ressano Garcia e pela exportação de gás.

Enquanto isso, as importações de bens, incluindo para os grandes projectos, situaram-se em mais de três milhões de dólares americanos, no primeiro semestre do ano em curso, o que equivale a uma queda em pouco mais de nove por cento.

A redução é explicada pela queda na importação de bens intermédios e de capital, contrabalançado pelo crescimento na importação de bens de consumo.

Angelina Mahumane

vandamahumane@gmail.com

Fotos de Carlos Uqueio

 

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