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Porto de Maputo bate recorde de manuseamento de carga

Por admin

O Porto de Maputo atingiu, em 2013, um novo recorde ao manusear 15 milhões de toneladas de carga diversa, ultrapassando o seu recorde de 1971 quando chegou a 14.7 milhões de toneladas. Para este ano, a empresa concessionária daquele terminal prevê que sejam manuseadas cerca de 20 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de cerca de 21 por cento por ano, com benefícios para economia nacional e regional.

Dados em nosso poder indicam que este crescimento resultou de diversos projectos de expansão e reabilitação, alguns dos quais ainda em curso, nomeadamente a construção de um novo terminal de granéis (em fase de conclusão), reabilitação de vários cais, expansão das terminais de viaturas e de ferro-crómio, reabilitação e construção de raiz de estradas e linhas férreas internas, entre outras.

A direcção do porto tem estado a acelerar a execução de todos os projectos previstos pelo Plano Director, com particular destaque para a dragagem do canal de acesso e áreas de acostagem de navios, dos actuais 11 para 14 metros, com início previsto para o próximo mês de Junho”, disse Gabriel Muthisse, Ministro dos Transportes e Comunicações.

Espera-se que, com o aumento da profundidade do canal, o porto atinja um nível maior de competitividade face aos portos da região, o que vai levar a que navios de grande calado possam estabelecer uma ligação directa entre Maputo e grandes centros de carga.

Estes dados foram avançados durante a IV Conferência Anual do Porto de Maputo, realizado semana finda em Maputo, sob o lema “Portos e Caminhos-de-ferro – Uma parceria estratégica para um crescimento sustentável”, onde se reflectiu sobre a importância das parcerias estratégicas entre as infra-estruturas portuárias e ferroviárias.

Para o ministro dos Transportes e Comunicações é importante que o projecto de desenvolvimento do porto esteja harmonizado com a capacidade de transporte de carga na infra-estrutura ferroviária. “Não é sustentável para nenhuma economia, mesmo para as mais robustas, que grandes volumes de carga sejam transportados por via rodoviária, dado que congestionam as estradas e contribuem decisivamente para a sua degradação”.

Para Muthisse os Portos e Caminhos-de-ferro nacionais e regionais têm de continuar a unir esforços em prol da concretização dos mais altos desígnios do país que são a independência económica e a erradicação da pobreza.

A título de exemplo, é da parceria entre o Porto de Maputo e a Empresa Pública dos Caminhos de Ferro de Moçambique que resultou na construção de um Centro de Operação Conjunta que contribui para o melhorar a eficiência e, também, aumentar o número de viagens das locomotivas.

Muthisse entende ainda que para além do investimento em infra-estruturas, é preciso apostar no capital humano, à semelhança do que se fez no ano passado em que foram formados e enquadrados mais de 120 jovens.

“Grindrod Terminals” aposta

na melhoria de infra-estruturas

O director comercial do grupo sul-africano Grindrod Terminals, Sean Rowan, disse que a sua empresa continua a cumprir as suas promessas de desenvolvimento de infra-estruturas, apesar do clima económico difícil.

Citou como exemplos, os projectos concluídos durante os últimos 12 meses e outros que se encontram na fase final, nomeadamente a expansão do Terminal Automóvel de Maputo e algumas fases Terminal de Carvão da Matola (TCM).

Apuramos ainda que a expansão do TCM culminou com o alargamento da sua capacidade para 7.5 milhões de toneladas por ano, um projecto que inclui a estação de descarga manual com o aumento da capacidade de descarga e redundância e zonas dedicadas a stock de magnetite e de carvão.

Entretanto, a quarta fase de expansão do projecto TCM foi reformulada e dividida em duas, facto que foi impulsionado pelas condições de mercado, resultando na possibilidade de se manusear um misto de mercadorias, nomeadamente magnetite e óxido de ferro, menos carvão e a necessidade de receber navios de tipo Panamax totalmente carregados.

Segundo Sean Rowan, este projecto compreende uma modernização do tipo de terreno do terminal actual, com a substituição de equipamentos de processamento de materiais, actualização e extensão das correias transportadoras, linhas-ferroviárias de chegada adicionais, aprofundamento do cais existente, construção de um novo cais e um futuro desenvolvimento de um novo pátio de armazenamento de magnetite de raiz e infra-estrutura ferroviária associada.

Após a conclusão do Desenvolvimento de Raiz da terceira fase, a capacidade total do terminal será entre 20 e 22 milhões de toneladas por ano, dividida entre pátios actuais e novos.

Através da melhoria contínua da infra-estrutura e das eficiências resultantes, o Porto de Maputo irá disponibilizar uma solução mais rentável para o utilizador final, o que acabará por resultar numa maior vantagem competitiva no mercado internacional”, disse Sean Rowan.

Projecto Integrado CFM e MPDC

A Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC) é uma empresa privada, nacional, que resulta da parceria entre os Caminhos de Ferro de Moçambique, Grindrod, DP Word e Mozambique Gestores que foi concedida a gestão do Porto de Maputo em 2003. Este só começou a ganhou nova dinâmica em 2008, quando foram implementadas melhorias na gestão, operações, modernização e competitividade do porto.

O projecto integrado entre os CFM e MPDC visa, entre outros, avaliar as reais necessidades dos corredores a curto e médio prazo, validar as projecções de tráfego, determinar os requisitos necessários para responder o aumento da demanda, determinar as condições necessárias para melhorar o desempenho da cadeia logística dos corredores que servem o Porto de Maputo e harmonizar os investimentos a serem realizados e garantir a sua efectivação em tempo certo.

Segundo Administrador Executivo, Sancho Júnior, diversas medidas de intervenção de curto e médio prazo estão em curso no Sistema Ferroviário do Sul com destaque para o incremento da capacidade da Linha de Ressano Garcia das actuais 13.9 milhões de toneladas por ano para 20 milhões de toneladas anuais até finais de 2015.

Por outro lado, até o próximo mês de Novembro será permitida a circulação de comboios longos com cerca de 75 vagões na Linha de Ressano Garcia, para além de garantir maior capacidade e segurança operacional nos Complexos Ferroviários de Maputo e Matola, até finais de 2015 e o reforço da capacidade de tracção do Sistema Ferroviário Sul, com o objectivo de garantir o transporte de 18.5 milhões de toneladas por ano, que corresponde à demanda de tráfego a partir de 2016.  

Dados em nosso poder indicam que entre 2017 e 2021 serão realizados investimentos avaliados em mais de 1.3 milhões de dólares em infra-estruturas e equipamentos. Estes investimentos visam incrementar a capacidade da linha de Ressano Garcia dos 20 milhões de toneladas por ano para responder a potencial demanda de mais de 30 milhões de toneladas por ano a partir de 2019.

Por outro lado, será incrementada a capacidade da linha do Limpopo de 4.8 milhões de toneladas por ano para 7 milhões de toneladas por ano.

Angelina Mahumane
Fotos de Jerónimo Muianga

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