O Fundo Monetário Internacional (FMI) emitiu uma nota, na tarde de hoje, indicando que o crescimento geral da economia em 2024 foi de apenas 1,9 por cento em resultado da derrapagem dos principais indicadores económicos ocorrido no último trimestre do ano passado, devido às manifestações violentas.
De acordo com a equipa que visitou o país para avaliar o desempenho e as políticas subjacentes à V e VI avaliações no âmbito do acordo apoiado pela Facilidade de Crédito Alargada (ECF), cuja equipa era liderada por Lopez Murphy, para 2025, projecta-se que o crescimento recupere para três por cento, à medida que as condições sociais se normalizam e a actividade económica retoma, especialmente nos serviços.
“As estimativas preliminares sugerem que houve derrapagens orçamentais significativas em 2024 que, em parte, são explicadas pelo abrandamento da actividade económica durante o último trimestre. A consolidação orçamental em 2025 é necessária para assegurar a sustentabilidade orçamental e da dívida e preservar a estabilidade macroeconómica”, aponta.
Adiante, refere que as derrapagens da massa salarial continuam a afastar prioridades de despesa importantes, incluindo transferências sociais e infraestruturas. “A racionalização das despesas com a massa salarial e a redução das isenções fiscais devem apoiar a consolidação orçamental, as despesas sociais devem ser prioritárias e a gestão da dívida pode ser reforçada para evitar pagamentos em atraso”, sublinha.
Adiante, a equipa do FMI faz saber que as pressões inflacionárias aumentaram, mas permanecem controladas e recorda que o Banco de Moçambique iniciou um ciclo de afrouxamento em Janeiro de 2024, reduzindo a taxa diretora em 500 pontos base até agora (para 12,25 por cento).
“O Banco Central também reduziu os requisitos de reservas para depósitos em moeda local, de cerca de 39 para 29 por cento, no final de janeiro de 2025”, indica.
Concluiu referindo que, apesar das interrupções na cadeia de abastecimento e dos preços mais altos dos alimentos relacionados à agitação social, a inflação permaneceu abaixo da meta implícita de cinco por cento.