Os 24 barcos atuneiros e arrastões da Empresa Moçambicana de Atum (EMATUM) ainda não foram vendidos, supostamente porque os potenciais compradores não tiveram oportunidade de se aproximar para conhecer o seu estado real por medo das manifestações.
Conforme apurámos junto de fontes ligadas ao processo de liquidação daquela empresa, a maioria dos interessados em adquirir aqueles barcos terá referido que, mais do que ver fotografias publicadas no site da empresa contratada para proceder a venda em leilão internacional, seria ideal ver os barcos “ao vivo” para apurar o seu estado de conservação e funcionamento.
De fontes ligadas ao processo, soubemos que os referidos clientes são entidades particulares e colectivas estrangeiras que dizem recear escalar o nosso país devido às manifestações que se seguiram às eleições gerais de 9 de Outubro do ano passado e que têm ocorrido de forma inesperada e resultado em actos de violência e perturbação da ordem pública.
“Ainda não vendemos nenhum barco. Os grandes investidores não conseguiram visitar o país devido às manifestações. Muitos dizem que precisam de ver antes de fazer as suas ofertas e que só poderão se deslocar ao país assim que a situação se normalizar”, disse uma fonte ligada ao processo.
Assim sendo, desde o passado dia 30 de Setembro, data em que foi publicado o link https://leilosoc.com/pt-MZ/auction/26505-atuneiros-arrastoes-longliners-crawlers/, ainda não foi possível colher propostas susceptíveis de dar lugar à venda daquele património.
Trata-se da venda de uma frota composta por 21 barcos atuneiros (palangreiros), que se destinam à pesca de atum, e três arrastões, para a pesca de pequenos pelágicos, que servem de iscas para o atum.
O leilão daqueles barcos está a ser feito pelo Estado moçambicano, através de uma comissão liquidatária, que espera arrecadar algo em torno de 11 milhões de dólares, se os barcos forem vendidos ao preço base de licitação que, entretanto, pode variar para mais em função da demanda.
Daquele conjunto de barcos de pesca, 12 nunca foram usados e nove beneficiaram de trabalhos de adequação e foram à faina por cerca de dois anos, período findo o qual as actividades da EMATUM foram suspensas devido à descoberta as dívidas não declaradas.
JORGE RUNGO