A construção da Ponte Maputo-KaTembe e vias de ligação até a Ponta do Ouro espevitou imensos receios sobre os impactos que estas infra-estruturas teriam na virgindade do ecossistema da Reserva Especial de Maputo (REM). Com efeito, o número de visitantes da reserva aumentou e com ele sobram desafios há muito temidos.
O motivo do medo era o previsível aumento do tráfego de pessoas e bens que, certamente, iria adulterar o conceito de protecção total que é o objectivo primordial de espaços de conservação da categoria da Reserva de Maputo.
Estabelecida em 1960 (conforme registos da Administração Nacional de Áreas de Conservação – ANAC), a REM sempre deu dores de cabeça aos seus gestores por ser invadida por caçadores furtivos e por ter famílias residentes dentro e nas cercanias dos seus limites.
É que, enquanto as autoridades olham para as girafas, zebras, antílopes, changos e até elefantes e macacos como seres que devem ser preservados a bem da natureza e do desenvolvimento do turismo, os caçadores furtivos olham para os mesmos animais como fonte de renda fácil e puro churrasco.
Por sua vez, a população humana que por ali vive, sob a capa de nativa, disputa o território com a fauna selvagem a ponto de se gerar feridos e mortos quando as brigas intensificam, tudo porque animais que ali abundam adoram uma ceia de melancias, abóboras, maçarocas, entre outros que os humanos plantam.