– afirma o Chefe do Estado moçambicano, Armando Guebuza, na avaliação do desempenho do na presidência rotativa da SADC , organização que necessita de cerca de 65 biliões de dólares
norte-americanos para viabilizar projectos de desenvolvimento de infra-estruturas.
Cai hoje o pano da 33ª Cimeira Ordinária dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), que, de entre vários aspectos, foi marcada pela passagem da presidência rotativa desta organização regional de Moçambique para o Malawi.
Com efeito, o Chefe do Estado moçambicano, Armando Guebuza, que deixa amanhã Lilongwe com destino a Nampula, presidiu a organização, durante um ano, tendo o seu mandato se centrado no papel dos corredores de desenvolvimento como elementos estruturantes do processo de integração regional.
Intervindo na manhã de ontem, pela última vez na qualidade de Presidente da SADC e a partir do Bingo International Conference Centre (BICC), Guebuza referiu que a natureza transversal que a temática sobre os corredores de desenvolvimento assume, alargou “o nosso campo de acção para uma vasta gama de áreas de intervenção que se complementam e se retro-alimentam”.
“O Plano Estratégico Indicativo de Desenvolvimento Regional entrou na nossa matriz de acções tendentes a conferir crescente viabilidade, substância e relevância aos corredores de desenvolvimento. Apraz-nos registar, neste quadro, que a primeira parte da avaliação intercalar deste plano regional foi concluída, passando agora para consultas mais alargadas nos Estados membros, para uma maior apropriação”, apontou o Chefe do Estado moçambicano.
Num outro desenvolvimento, o Presidente Guebuza, que ontem passou a presidência à sua homóloga do Malawi, Joyce Banda, sublinhou que a área de infra-estruturas e serviços ocupou um espaço particular na implementação da temática sobre os corredores de desenvolvimento.
“Foi neste quadro que concebemos e realizamos acções de divulgação e publicitação dos projectos de infra-estruturas constantes no RIDMP. Para este fim, e apoiados pelo secretariado e pelos outros Estados membros da nossa organização, realizamos seminários fora da região, nomeadamente em Berlim, Londres, Brasília e Yokohama. Estes eventos culminariam com a realização da Conferência de Alto Nível sobre Mobilização de Investimento para Infra-estruturas da SADC”, revelou Guebuza.
No entanto, Armando Guebuza realçou que na Conferência de Maputo ficou assente que a mobilização de recursos externos continuará a complementar “as nossas acções domésticas e, neste sentido, a operacionalização do mecanismo de preparação e desenvolvimento de Projectos da SADC , bem como do fundo de desenvolvimento da SADC , assumem um papel estruturante deste nosso empenho colectivo”.
65 BILIÕES DE DÓLARES
PARA INFRA-ESTRUTURAS
Segundo apurou o domingojunto de fontes ligadas ao Secretariado Executivo desta organização regional, a SADC prevê mobilizar cerca de 65 biliões de dólares norte-americanos para a materialização, a curto prazo, dos projectos abrangidos pelo Plano Director de Desenvolvimento de Infraestruturas Regionais(RIDMP), com maior incidência para os transportes.
Importa referir que o RIDMP foi concebido tendo uma meta de execução de 15 anos, subdivididos em três fases, e preconiza projectos estruturantes identificados em sectores rodoviários, ferroviários, aéreos, marítimos, portuários e energéticos.
Recorde-se que este foi aprovado em Maputo durante a 32ª Cimeira Ordinária da SADC, em Agosto do ano passado, e resulta da articulação entre os 15 membros da organização no que diz respeito às prioridades da região no desenvolvimento de infra-estruturas.
O referido plano prevê a transformação, modernização e gestão eficiente das infra-estruturas, enquanto na área de energia eléctrica, o desafio é aumentar a capacidade de produção, transporte e distribuição.
Já nessa altura, Tomaz Salomão, Secretário Executivo, ora cessante, da SADC, sublinhava a importância estratégica da disponibilidade de recursos para a implementação do RIDMP por considerar que “ é crítico que os recursos sejam atribuídos para a preparação dos projectos através daFacilidade de Preparação e Desenvolvimento de Projectos (PPDF) da SADC, assim como para investirmos através, do Fundo de Desenvolvimento da SADC”.