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IPEME assiste a 11mil empresas

Por admin

Texto de Angelina Mahumane Fotos do arquivo

O Instituto de Promoção de Pequenas e Médias Empresas (IPEME), instituição subordinada ao Ministério da Indústria e Comércio (MIC) assistiu a cerca de 11 mil Pequenas e Médias Empresas (PME’s) nos últimos quatro anos, a maior parte das quais interessadas em beneficiar de assistência financeira e de elaboração de Planos de Negócios.

Dados colhidos junto do director do IPEME, Claire Zimba, indicam que as Pequenas e Médias Empresas (PME’s) representam quase a totalidade das empresas registadas no território nacional, empregando pouco mais de 24 por cento da força de trabalho formal do país.

Porém, esta categoria de empresas ainda enfrenta carências estruturais e colaterais, nomeadamente capacidade de gestão e desenvolvimento empresarial e garantias reais, o que dificulta o acesso ao crédito.

Segundo o nosso interlocutor, estas empresas são cruciais para a competitividade de um país, sem contar que diversificam, estimulam a inovação e a criatividade, geram emprego e mobilizam recursos sociais e económicos.

No entanto, mesmo com os benefícios que trazem passam por diversos constrangimentos, designadamente dificuldades na gestão empresarial, no acesso a financiamento, mercado e a falta de informação.

Apesar do reconhecimento do potencial das PME’s como motor de crescimento económico, a contribuição destas para o Produto Interno Bruto (PIB) ainda é baixa e, por conseguinte, tem níveis de produtividade baixos, dai que levantam-se inúmeros desafios para este grupo que tem enfrentado dificuldades relacionadas com o fraco acesso e disponibilização de informação sobre financiamento e baixa literacia financeira.

Segundo Claire Zimba, “as PME’s têm fraca capacidade estrutural para se tornarem bancáveis, não encontram soluções adequadas e alternativas de financiamento, convivem com o desconhecimento sobre as soluções de financiamento da Bolsa de Valores e do Banco Nacional de Investimentos (BNI), entre outros”.

Para reverter a actual situação, o IPEME elaborou alguns instrumentos e procurou possíveis soluções de apoio, como é o caso da assistência e formação dedicada e integrada sobre financiamento as PME’s, bem como a criação de condições para uma maior articulação institucional.

domingoapurou ainda que foi formalizada uma parceria entre o BNI, IPEME e a Bolsa de Valores de Moçambique (BVM). Outra aposta está ligada ao uso do Centro de Orientação ao Empresário (COrE) como plataforma de apoio e ligação das PME’s.

Ainda na tentativa de reverter a situação, Claire Zimba afirma que foram desenvolvidas acções como a assistência em gestão e desenvolvimento empresarial e ou formação das PME’s em diversas matérias, acesso ao mercado que compreende as ligações empresariais e Sistema de Aquisições Públicas, disponibilização de serviços de apoio a criação e fortalecimento de capacidade competitiva das PME’s, facilitação de acesso ao financiamento, promoção e assistência na inovação e tecnologia.

Por outro lado, estão a ser intensificadas as acções com vista a garantir assistência no desenvolvimento empresarial rural, na disseminação de informação, elaboração e apoio na elaboração de Plano de Negócios, diagnóstico e acompanhamento empresarial, orientação para produtos financeiros adequados, entre outros.

Apoio prestado até 2014

Dados disponibilizados pelo IPEME indicam que as micro empresas correspondem a cerca de 79 por cento, as pequenas a cerca de 9 por cento e as médias empresas a pouco mais de nove por cento, sendo que o volume de negócio corresponde a mais de 33 por cento e actuam em todos sectores de actividade, nomeadamente sector primário, secundário e terciário.

Estas empresas destacam-se mais a nível do comércio, com mais de 57 por cento, hotelaria em cerca de 20 por cento, manufactura com perto de 10 por cento, agricultura em cerca de dois por cento e 10 por cento para serviços financeiros, imobiliário, saúde, segurança e transporte respectivamente.

No âmbito das actividades de assistência no período 2010-2014, o IPEME assistiu a cerca de 11 mil Micro, Pequenos e Médios empresários de Maputo, Tete, Manica, Cabo Delgado onde se encontram implantados os Centros de Orientação ao Empresário (COrE’s), tendo como serviços mais procurados a informação empresarial, diagnóstico empresarial, elaboração de Planos de Negócios e Estudos de Viabilidade, criação de empresas e legalização de actividade económica, estudo do mercado, avaliação financeira de projectos, análise de projectos de investimento, orientação sobre produtos financeiros, apoio na preparação do dossier para submissão as instituições financeiras e assistência pós financiamento.

A nossa Reportagem apurou que amédia semanal que o IPEME recebe é de cinco pedidos de financiamento de empreendedores e quatro de elaboração de planos de negócios.

Os Serviços mais procurados estão ligados, entre outros, a pedido de financiamento de investimento para aquisição de equipamento, a tesouraria, suporte em garantia de crédito, informação sobre taxas de juros, apoio na negociação de crédito, no encaminhamento de pedido de financiamento a bancos e subsídios para participação em eventos.

Acesso a financiamentoé um fórum e serviço de especialidade de âmbito nacional que, de forma combinada, dispõe produtos e serviços de financiamento as PME’s. Tem como grupo alvo as Pequenas e Médias Empresas, empreendedores, associação de produtores e investidores e instituições financeiras.

Como resultado da ajuda prestada, em 2012 foram realizados 803 concursos limitados, que resultou na contratação de 562 Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME´s). Ainda no mesmo ano, foram realizados 274 concursos de pequena dimensão, de onde 205 empresas foram contratadas.

Enquanto isso, no ano passado foram mais de 27 mil processos de concursos de pequena dimensão que foram adjudicadas a MPME`s e mais de 91 mil para PME`s.

Inclusão de PME’s locais

A facilitação do acesso a informação realizada pelo IPEME às Pequenas e Médias Empresas consiste na ajuda na gestão da base de dados de fornecedores, processo/procedimentos de aquisições, oportunidades de negócios, informação de impacto. Enquanto isso, a formação compreende a gestão e desenvolvimento empresarial, nomeadamente boas práticas, melhoria contínua e idoneidade.

Segundo o IPEME, a assistência dedicada e qualificação das PME's inclui normas de qualidade, acompanhamento empresarial. Tem ainda a facilitação de Parcerias empresariais, que abarca designadamente coligação empresarial e ligação intra-PME’s fornecedores.

Outra actividade do IPEME é a promoção do empreendedorismo social e juvenil que dá assistência no envolvimento dos jovens e comunidades locais em projectos de geração de renda.

Esperamos conseguir ganhos significativos para PME’s nacionais e moçambicanas, coligações empresariais e ligações horizontais estabelecidas, novas iniciativas de negócio a nível dos jovens e comunidades locais, diversificação da economia local, redução das importações e serviços de apoio as PME’s disponíveis e contribuindo para melhoria da competitividade empresarial”, sublinhou Zimba.

Áreas prioritárias para investimento das PME´s incluem o agro-negócio, construção civil, embalagem, turismo, pescas, indústria (processamento da Indústria/gráfica), serviços, metalomecânica e mineração.

 

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