As trocas comerciais entre Moçambique e o mundo há muito que são deficitárias. O país importa demais e exporta pouco. Os números não mentem. No primeiro semestre deste ano, excluindo os Grandes Projectos (GP), a cobertura de exportações sobre as importações foi estimada em cerca de 25 por cento, e incluindo os GP, atingiu 90 por cento.
O país vem seguindo esta trajectória há bastante tempo, pois dados do Observatório de Complexidade Económica referentes a 2019 colocavam Moçambique como a 121.ª economia mundial em termos de Produto Interno Bruto (PIB), a 111.ª em exportações totais, e na posição 92 em termos de importações, sendo a 131.ª economia mais complexa.
As exportações mais recentes são lideradas por briquetes de carvão, alumínio bruto, gás de petróleo, tabaco bruto e electricidade, por um lado e, por outro, as importações são lideradas por petróleo refinado, minério de cromo e ferro, óxido de alumínio, sem contar com os produtos agrícolas e medicinais.
Perante este triste quadro, a equipa da secção de Economia do domingo procurou ouvir a sensibilidade do presidente da Associação Industrial de Moçambique (AIMO), Rogério Samo Gudo, e do economista Egas Daniel, os quais colocaram os seus pontos de vista sobre a sufocante balança comercial nacional.
Samo Gudo disse que o sector privado assume que, definitivamente, deve produzir mais para aproveitar os acordos bilaterais que têm celebrado com outros Estados, para permitir que as empresas nacionais exportem para os mercados internacionais com privilégios. Leia mais…