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CUSTO DE VIDA: Viver no limite

Por Jornal domingo

TEXTO DE IDNÓRCIO MUCHANGA

IDNÓRCIO.MUCHANGA@SNOTICIAS.CO.MZ

O poder de compra dos moçambicanos tem estado a deteriorar-se nos últimos tempos, obrigando a exercícios aritméticos para se conseguir adquirir bens de consumo que compõem a cesta básica que a Organização dos Trabalhadores Moçambicanos-Central Sindical (OTM-CS) estima em cerca de 18 mil Meticais.

A título de exemplo, o Inquérito sobre o Orçamento Familiar (IOF) 2022, publicado recentemente pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), mostra que os agregados familiares com pelo menos cinco membros e que residam nas grandes cidades gastam, por mês, cerca de 18 mil Meticais.

Entretanto, o salário mínimo estipulado para o sector privado continua nos 5800 Meticais, e para a Função Pública está fixado em 8758 Meticais, o que demonstra que grande parte das famílias residentes no meio urbano se desdobra como pode para contrapor as dificuldades crescentes.

O sufoco para gerir o magro orçamento doméstico nota-se, sobretudo, em famílias chefiadas por empregados domésticos e vendedores informais, cujos rendimentos dificilmente atingem as cifras fixadas como mínimas para o sector privado.

No entender da OTM-CS, o salário mínimo devia ser de 31.800 Meticais para cobrir a aquisição da referida cesta básica que, no mínimo, deveria ser composta por arroz, farinha de milho, feijão, amendoim, peixe carapau, vegetais e legumes, pão, óleo vegetal, açúcar, carvão vegetal, sabão bingo, incluindo energia, água, transporte, educação e saúde.

A nossa Reportagem efectuou rondas por vários mercados e constatou que o velho hábito de compras mensais foi substituído por pequenas aquisições diárias como faz Adelina Zibia, mãe de três filhos, residente no bairro Patrice Lumumba, na província de Maputo.

Adelina trabalha na baixa da cidade de Maputo, como empregada doméstica, e aufere um salário de seis mil Meticais que, conforme demonstrou num breve exercício de cálculo mental, não cobre, sequer, metade das suas despesas domésticas.  Leia mais…

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