Economistas integrados na Associação Moçambicana de Economistas (AMECON) defendem a necessidade de se resolverem as manifestações pós-eleitorais com alguma urgência, antes que o país tenha a sua imagem manchada diante de países e instituições financeiras internacionais e se torne inviável para o investimento estrangeiro.
Este posicionamento foi avançado durante um encontro virtual que foi realizado sob o lema “Manifestações pós-eleitorais em Moçambique: uma reflexão sobre as causas e efeitos económicos”.
Durante a sua intervenção, o economista Constantino Marrengula defendeu que as manifestações devem ser entendidas como meio de comunicação que a sociedade está a dar a quem governa sobre o que não está bom e o que deve ser feito.
Referiu ainda que, com base nisso, será possível sair da actual situação que se vive no país para um processo de desenvolvimento mais inclusivo que tenha em conta as preocupações dos moçambicanos e onde o Estado não desempenha um papel repreensivo. “O Estado tem de estar lá com os meios que as pessoas precisam para se reconhecer que fazem parte da sociedade”.
Para isso, entende que é preciso repensar no pacote de estratégias e políticas de desenvolvimento nacional. “No presente contexto macroeconómico e de finanças públicas, a situação não nos é favorável. Mas, há que reencontrar uma forma de rever o contrato social de forma que não estejamos numa situação de ‘eles contra nós’ porque não haverá coesão social e com isso teremos conflitos atrás de conflitos”.
Marrengula é da opinião de que é necessário repensar no modelo institucional e político moçambicano porque o actual produz pobreza. Por este motivo entende que o ponto de partida é ter um modelo institucional e político que integra e inclui mais, que minimiza o desperdício, sobretudo associado à corrupção. Leia mais…