Segundo dados avançados pelo Banco de Moçambique, a exploração de recursos naturais envolve também riscos associados, como é o caso da chamada “maldição dos recursos”. Entretanto, existem análises e experiências bem-sucedidas que mostram que este fenómeno pode ser prevenido, sendo necessário que políticas macroeconómicas e sectoriais estejam permanentemente sincronizadas e talhadas para enfrentarem este tipo de riscos.
O governador referiu que no que concerne à política monetária “deve-se equacionar o quadro mais apropriado e adoptar medidas de política contra-cíclicas”, ciente de que países como o nosso continuarão, durante muito tempo, a ter como prioridade investimentos em sectores de infra-estruturas socioeconómicas, tanto em momentos de alta como em momentos de baixa de preços de recursos naturais nos mercados internacionais. “Adicionalmente, urge acautelar a competitividade do país de forma a evitar, entre outros males, os efeitos da chamada “doença holandesa”, orientando as nossas políticas para uma tendência de ganhos reais de competitividade externa de Moçambique, no médio e longo prazos, ainda que esta não seja exclusiva do comportamento da taxa de câmbio, mas também de outros factores como a produtividade, a fiscalidade comparativamente atractiva e as reformas que tornem o ambiente de negócios mais competitivo”, aludiu Gove.
Sabe-se que o sector financeiro joga um papel relevante na promoção do desenvolvimento, através de um sistema são e competitivo, num ambiente de taxas de juro atractivas que estimulem o crédito de qualidade para as empresas competirem no mercado externo e satisfazerem a demanda doméstica, facto que conjugado com um ambiente macroeconómico estável, pode levar à perspectivas de investimento que induzam os diversos sectores da economia nacional a uma maior produtividade e eficiência.