O Presidente da República, Filipe Nyusi, disse na manhã de hoje que com a implantação de duas fábricas de processamento de gás natural de Afungi, no distrito de Palma, em Cabo Delgado, “nada será como antes” pois abre-se uma nova página na história do país como um todo. “Fizemos história, mas devemos fazer bem, melhor, sem emoções e sem precipitações”, sustentou.
“Continuemos a acreditar que Moçambique vai mudar. Vai mudar Cabo Delgado, Palma e Afungi”, entre tais mudanças destaca a geração de mais de cinco mil postos de trabalho durante a fase de construção, 1500 na fase de exploração, receitas para os cofres do Estado e oportunidades diversas para as Pequenas e Médias Empresas (PME).
Falando durante a cerimónia de lançamento da primeira pedra para a construção das primeiras fábricas de Gás Natural Liquefeito (GNL) que teve lugar em Afungi, o Chefe de Estado fez questão de sublinhar que impõem-se ao país grandes responsabilidades para elevar os mecanismos económicos e de desenvolvimento humano, assim manter a visão e o foco de investir no aumento da produção em todos os sectores. “Por isso devemos melhorar a nossa legislação para que o futuro destes projectos projectos sirva para o povo moçambicano”.
Frisou que o sector energético nacional está a desenvolver rapidamente e a expectativa do Governo é de se vá registar um crescimento ainda maior impulsionado pela abundância destes recursos e um aumento da procura para uso industrial, doméstico e para a exportação.
“É no interesse de assegurar a disponibilidade de energia para o país e para a região que reiteramos o compromisso do nosso Governo para com as diversas iniciativas de domínio da geração, transformação e distribuição”, assegurou.
Porque o nosso país poderá se posicionar entre os maiores produtores mundiais de gás natural, o Presidente Nyusi disse que Moçambique está determinado a apoiar as iniciativas do bloco regional económico da África Austral e do continente como um todo para a criação de infra-estruturas capazes de catapultar o desenvolvimento.
“Gostaríamos de renovar o compromisso de Moçambique no desenvolvimento e expansão de infra-estruturas no quadro dos esforços continentais ao nível da União Africana assentes nos programas e projectos regionais visando ajudar a resolver o défice energético que dificulta a competitividade de África no mercado mundial”, sublinhou.
As fábricas de GNL que agora estão a ser construídas em Afungi pela Anadarko e seus parceiros da Área-1 são unidades de processamento que ocuparão espaços correspondestes a 10 campos de futebol cada e o gás será extraído no alto mar e seguirá em três condutas subterrâneas.
Espera-se que a primeira unidade de processamento esteja concluída até Setembro de 2024 e a segunda poderá estar pronta para operar a partir de Dezembro do mesmo ano.
Depois de processado, o GNL será exportado em navios que levam 18 horas para completarem o processo de carregamento e a cada dois dias chegará uma embarcação dessa dimensão para transportar o equivalente a um milhão de baris e mais três navios que vão fazer carregamentos anuais de condensado.
Steve Wilson, um dos vice-presidentes da Anadarko, repisou que o estabelecimento desta indústria vai gerar oportunidades diversas com realce para as receitas do Estado que vão permitir que se duplique o Produto Interno Bruto (PIB) do país.
De igual modo, especificou que aquela empresa está disposta a adquirir bens e serviços estimados em 2.5 biliões de dólares junto de fornecedores nacionais e ajuntou que, até ao momento, 96 por cento da mão-de-obra contratada é nacional.
A respeito da sua relação com as PME locais, Wilson assegurou que a Anadarko pretende que a pedra, areia, cimento, betão e demais materiais de construção sejam fornecidos por empresas locais dispondo, para o efeito, de mais de 150 milhões de dólares americanos para a sua aquisição.
Tal como o Presidente da República, Steve Wilson disse que das 12.8 milhões de toneladas que as duas fábricas vão produzir por ano, 11.1 milhões de toneladas já estão vendidas por via de contratos futuros (de médio e longo prazo).
Para além de lançar a primeira pedra para estas infra-estruturas, o Presidente Nyusi inaugurou um conjunto de outras construções conexas e relacionadas, tais como uma parte da vila de Quitunda e infra-estruturas sociais diversas que vão beneficiar as 560 famílias afectadas pelo projecto.
De igual modo, inaugurou um troço de estrada pública de 12 quilómetros totalmente financiado pelo projecto de GNL em 22 milhões de dólares.