A Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) anunciou na semana passada a aprovação de um orçamento de 2,5 milhões de dólares que deverão ser aplicados em programas de preservação de espécies de flora e fauna existentes nas áreas de conservação nacionais.
O anúncio foi feito na sequência da realização da IV Assembleia Geral, a BIOFUND na qual foi ainda aprovada uma resolução que encoraja o governo moçambicano a prosseguir com a sua ofensiva “contra as práticas ilegais na exploração dos nossos recursos florestais e a actividade criminosa das redes de tráfico de pontas de elefantes e cornos de rinocerontes”.
No contexto da disponibilização daquele fundo, aquela organização se diz preocupada com práticas que frustram os melhores esforços dos agentes do Estado que têm a responsabilidade de gerir e preservar o património natural.
“Reconhecendo o envolvimento do crime organizado internacional a BIOFUND recomenda “a mais estreita colaboração com organizações especializadas que se vêm ocupando destas questões”, aponta.
Naquele evento, o Ministro da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, Celso Correia referiu-se aos êxitos recentes do seu ministério especialmente no combate à devastação das nossas florestas e felicitou a BIOFUND pelos sucessos alcançados desde a sua fundação, que fazem dela um instrumento precioso na implementação das políticas de conservação do país.
Apesar deste reconhecimento, o governo e a BIOFUND são unânimes em considerar que há ainda motivos de grande preocupação no que se refere à persistência de práticas ilegais na exploração dos recursos florestais e a actividade criminosa das redes de tráfico de pontas de elefantes e cornos de rinocerontes que frustram os melhores esforços dos fiscais e administradores das áreas de conservação e, de maneira geral, da comunidade moçambicana da conservação.
“Esperamos que, não obstante as dificuldades conhecidas do momento que atravessamos, o governo prossiga e intensifique, através do Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER), da Polícia de Protecção de Recursos Naturais e Meio Ambiente e das estruturas locais, a ofensiva em curso contra a caça furtiva e contra o verdadeiro encarniçamento de madeireiros desonestos contra as nossas espécies nobres”, refere fonte da BIOFUND.
Para esta organização, a existência de evidências do envolvimento de agentes do Estado nestas práticas ilegais do crime organizado faz com que se torne imperiosa a mais estreita coordenação com organizações especializadas que se vêm ocupando destas questões, de modo a responder mais eficazmente à dimensão internacional que atinge esta grave ameaça ao nosso património natural.
Participaram na reunião, além dos membros da Fundação, membros do corpo diplomático, representantes de organizações internacionais e, como convidados especiais, o Ministro da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, Celso Correia e o Ministro da Educação e Desenvolvimento Humano, Jorge Ferrão – este último antigo membro do Conselho de Administração da BIOFUND.