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Arranca dragagem do Porto de Maputo

Por admin

O Porto de Maputo vai arrancar neste mês de Maio com o projecto de dragagem do canal com vista a receber embarcações com capacidade até 80 mil toneladas, com duração de dez meses, num investimento avaliado em pouco mais de 100 milhões de dólares norte-americanos.

O acordo para a sua materialização foi celebrado, há dias, em Maputo entre a Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC) e a Jan de Nul Dredging Middle East FZE, uma empresa internacional de dragagem dos Emirados Árabes Unidos, aprovada na sequência de um concurso internacional.

O aprofundamento do canal do Porto de Maputo dos actuais 11 metros para mais de 14 metros constitui um dos principais projectos desenvolvidos pela MPDC e pelos operadores de terminais daquele porto.

A dragagem vai criar condições para uma navegação segura e garantir que os navios com maior capacidade procedam à sua atracação e desatracação e manobras em segurança, tornando o Porto de Maputo mais competitivo.

Por outro lado, vai garantir uma maior rotação dos navios, para que o porto se capitalize e tenha melhores condições de recebimento de cargas, não só ao nível da carga doméstica, como também da carga internacional por ser uma das grandes obrigações que Moçambique tem como país e como corredor para os países do interland.  

Na ocasião, foi ainda assinado um Memorando de Entendimento entre o Ministério dos Transportes e Comunicações e a Jan de Nul Dredging Middle East FZE, que visa a capacitação de técnicos moçambicanos em matéria de dragagem.

A propósito deste acordo, a MPDC teve luz verde do Ministério dos Transportes e Comunicações para, juntamente com a Jan de Nul Dredging Middle East FZE, garantir o enquadramento de cadetes em formação, na Escola Superior de Ciências Náuticas de Maputo, e alguns quadros da Empresa Moçambicana de Dragagem (EMODRAGA) e Instituto Nacional de Hidrografia e Navegação (INAHINA) no processo de dragagem do Porto de Maputo de modo a capacitarem-se com as novas tecnologias.

Trata-se de uma formação a custo zero para os técnicos moçambicanos beneficiários, pelo que Moçambique espera, após os dez meses de dragagem, ficar com a mão-de-obra qualificada para fazer face aos desafios que o país tem pela frente.  

A última dragagem do canal do Porto de Maputo permitiu o acesso de navios de até 65 mil toneladas, o que contribuiu para o aumento do terminal de ferro-crómio, novo terminal de cereais, a expansão do terminal de contentores e a reabilitação dos cais três, quatro e cinco.

Entretanto, a Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC), companhia que gere o porto da capital moçambicana, desde 2003, realizou, nos últimos 12 anos, um investimento na ordem de 700 milhões de dólares norte-americanos, em dragagem, galpões, lajes, estradas, portões, sistemas de comunicação e informação e equipamentos.

INVESTIR UM BILIÃO

DE DÓLARES ATÉ 2033

O director executivo da MPDC, Osório Lucas, disse que aquela companhia alcançou vários êxitos desde o início do período de concessão, nomeadamente entre 2003 e 2015 e obteve um crescimento no volume de operações na ordem dos 286 por cento.

Durante esse período foram feitos importantes investimentos estimados em mais de 700 milhões de dólares norte-americanos, com particular incidência para a dragagem, o que permitiu a entrada de navios com capacidade de carga de 70 mil toneladas, para além da melhoria da eficiência das taxas de movimentação de carga, com a aquisição de duas gruas móveis.

No primeiro ano em que o Porto de Maputo foi concessionado pelo Governo à MPDC, em 2003, foram investidos 56 milhões de dólares, estimando-se que até 2033 o investimento atinja dois biliões”, indicou Osório Lucas.

O secretário permanente deste ministério, Pedro Augusto Inglês, disse que este é um ano para se falar da reinvenção, pois o país não deve baixar os braços perante a crise. “Há que enfrentar as dificuldades com um novo olhar. Esta crise é uma oportunidade para revermos, a todos os níveis, os nossos processos internos de gestão e de produção”, sustentou.

Segundo ele a inovação passa por aproveitar ao máximo os recursos nacionais e encontrar soluções conjuntas, pois os reais benefícios económicos e sociais que todos buscamos só poderão ser atingidos se tivermos a capacidade de alinhar os investimentos e prioridades de todos os intervenientes da cadeia logística.

Num outro desenvolvimento, Pedro Inglês referiu que o Porto de Maputo, bem como os outros portos do país, são portas de entrada e saída privilegiada, que operam em complementaridade com os outros portos da região que também buscam melhores soluções logísticas.

É, por isso, fundamental que busquemos a melhoria da eficiência em cada um dos actores que interferem na cadeia logística, encontrando soluções de integração regional e tentando explorar as potencialidades individuais”, disse para depois acrescentar que os clientes, transportadores, Alfândegas, linhas de navegação e agentes têm, nesta crise económica, uma oportunidade ímpar de descobrir, juntos, como reduzir os custos da cadeia e melhorar a eficiência de forma a tornarmo-nos mais competitivos.

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