O Governo anunciou, na sexta-feira, em Maputo, que vai alocar cerca de 50 milhões de dólares americanos para subsidiar as gasolineiras de modo a assegurar a estabilidade de preços dos transportes públicos.
A informação foi partilhada pelo ministro da Economia e Finanças, Max Tonela, numa conferência de imprensa na qual se fazia acompanhar pelo director do departamento africano do Fundo Monetário Internacional (FMI), Abebe Selassie, que esteve de visita ao país para se inteirar das medidas tomadas pelo Governo em relação ao elevado custo de vida, influenciado pela subida do preço de combustível.
“Esta acção é para que mesmo que haja incrementos adicionais no preço dos combustíveis, a população esteja protegida, pelo menos nos próximos seis meses, uma vez que a situação pode vir a melhorar ao ponto de o petróleo voltar a ser negociado abaixo dos 100 dólares por barril”, referiu.
Além disso, o executivo vai colocar à disposição cerca de 85 milhões de dólares para financiar às famílias mais desfavorecidas, aumentando, desta forma, o número de agregados já abrangidos no âmbito dos apoios sociais do Estado, sobretudo nas zonas periurbanas e rurais.
“Estas medidas são para mitigar os choques externos e internos, dentre os quais, o aumento do preço do combustível e de produtos alimentares, que tem vindo a causar pressões inflacionárias e o aumento de custo de vida no país. Por isso é que o Governo tem estado a trabalhar para encontrar soluções sustentáveis para amenizar a situação”, disse.
Outra medida que está a ser ensaiada, segundo Max Tonela, tem a ver com a procura de mecanismos para se adquirir combustível a baixo custo de modo a não sufocar o bolso do cidadão. “Para tal, temos estado em conversações com os operadores envolvidos no processo de importação e distribuição de combustível para se reduzir algumas componentes no quadro regulatório que estabelece a fixação e revisão dos preços”, assegurou.
Entretanto, vai iniciar, nos próximos dias, uma campanha de licenciamento massivo dos operadores de transporte semi- -colectivo de passageiros, vulgo “chapas”, em quase todo o país, de modo a beneficiarem do subsídio do combustível, segundo garantias dadas por Max Tonela.
Por sua vez, Abebe Selassie, director do departamento africano do Fundo Monetário Internacional (FMI), reconheceu as decisões difíceis que o executivo moçambicano tem tomado para fazer face à situação actual, tendo na ocasião dado uma nota positiva às medidas anunciadas pelo ministro da Economia e Finanças e, por sua vez, colocou à disposição a ajuda financeira extra caso seja necessário.
“Reconhecemos estes desafios e estamos prontos para ajudar os governos, inclusivamente com financiamento adicional em torno de medidas que possam amortecer os efeitos desta crise sobre os mais vulneráveis”, referiu.
Refira-se que o FMI aprovou em Maio um novo programa de financiamento ao país no valor de 470 milhões de dólares até 2025, sendo 91 milhões de dólares disponibilizados de imediato.