As catorze empresas membro da associação de produtoras de banana mostram-se satisfeitas com o alívio na restrição ao fornecimento de água anunciado esta semana pelo Governo, que passou de 15 para 30 por cento e esperam recuperar a sua produtividade em pelo menos 20 por cento por hectare.
Até 2016, Moçambique estava posicionado entre os cinco maiores exportadores de banana do continente africano, rendendo para o país entre 40 a 50 milhões de dólares, segundo referência feita pelo banco de Moçambique.
Entretanto, a estiagem que se observa nesta região do país desde aquela altura levou a que as empresas reduzissem a sua produtividade em mais de 20 por cento, cifra que se agravou no primeiro semestre do ano passado devido à imposição da restrição total de rega pelo Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos (MOPHRH).
Arnaldo Ribeiro, presidente da Associação dos Produtores de Banana de Moçambique (BananaMoz), descreve que houve a necessidade de alterar os antigos sistemas de rega, que eram maioritariamente de aspersão, para se passar a usar o método gota-a-gota.
“Tivemos que aprender a gerir melhor a água e também a comunicarmo-nos melhor com a Administração Regional de Águas do Sul (ARA-SUL) com quem passamos a reunir regularmente. Também houve uma evolução no que tange ao controlo do acordo de partilha de água”, disse.
Aliás, e segundo Ribeiro, foi dentro quadro que o Chefe de Estado, Filipe Nyusi colocou esta matéria na sua agenda e escalou recentemente o reino da Swazilandia (actual eSwatini) para viabiliza a disponibilização de mais 18 milhões de metros cúbicos para o lado moçambicano.
De igual modo, a BananaMoz diz aguardar com muita expectativa pelo arranque do fornecimento de água a partir da Barragem de Corumana, no distrito de Moamba, província de Maputo, através do qual poderão ser fornecidos cerca de 120 mil metros cúbicos de água por dia aliviando largamente a actual pressão que se observa em relação à Barragem dos Pequenos Libombos, que se localiza no distrito de Boane, também em Maputo.
Arnaldo Ribeiro sublinhou que a falta de água foi um dos maiores problemas que afectou as empresas do ramo, sobretudo se for levado em conta que passam cinco anos de seca que levaram a que se decidisse pela restrição no fornecimento da água para a produção agrícola.
“Tivemos limitações muito severas, mesmo depois de se anunciar que o reino de eSwatini ia permitir o escoamento de 18 milhões de metros cúbicos. A informação que tenho é que até agora aquele país deu metade disso”, disse.
Refere ainda que há lições muito grandes que foram apreendidas durante o período de carência,mas o pensamento de todos está voltado para o futuro, uma vez que esperam que na próxima época quente estas restrições sejam completamente levantadas.