- Trabalhadores e patrões da cerâmica estavam desavindos, mas alcançaram um acordo que deverá vigorar até Dezembro
A recém-inaugurada fábrica de tijoleiras e azulejos, “Safira Mozambique Cerâmica”, estabelecida no distrito de Moamba, província de Maputo, viveu momentos de tumultos, na segunda e terça-feira, resultantes de graves desatinos entre empregadores e trabalhadores. Ao que constatamos no local, os trabalhadores paralisaram as actividades da empresa como forma de pressionar a entidade empregadora a melhorar as condições de trabalho, com destaque para a violação de direitos humanos, horário laboral, segurança, folgas, alimentação, saúde, entre outros pontos. A respeito da violação dos direitos humanos, os trabalhadores relataram que têm sido agredidos fisicamente pelos responsáveis da empresa que, na sua maioria, são de nacionalidade chinesa, sempre que há falhas de comunicação.
De acordo com as fontes do domingo, esta é terceira greve registada desde que a empresa entrou em funcionamento a 16 de Setembro do ano corrente, sendo que, na primeira, os trabalhadores exigiam melhorias na alimentação, logística e saúde, segurança no trabalho, higiene e horário laboral. Na altura, depois da confusão, a direcção teria se comprometido a solucionar as queixas. A segunda paralisação visava reivindicar o não cumprimento das promessas feitas após a primeira greve e, porque até ao momento não foram resolvidos, houve a terceira, na semana passada.
Entretanto, alguns colaboradores referiram que retomaram os trabalhos porque a direcção garantiu, mais uma vez, na terça-feira, que vai resolver as preocupações até Dezembro.
“Estamos dispostos a lutar até ao fim para garantir que os nossos direitos sejam respeitados e que não haja retrocesso nas condições de trabalho. Por exemplo, as máscaras de protecção facial não são apropriadas e temos que usar durante três dias”, disse um dos trabalhadores em anonimato. Leia mais…