*POR SARA JONA LAÍSSE
“Aconversa com a D. Lúcia adveio do facto de ela me ter contado que, tendo caído e deslocado um dos ossos do seu braço, teve o azar de encontrar um enfermeiro com uma “má mão”, porque apertou demasiadamente o gesso que lhe colocou”.
Há bem poucos meses escrevi um texto sobre a mão esquerda e nele referi um tratamento que me foi feito pela minha mãe, para evitar partir louça, ao lavá- -la. Lembro-me ainda de uma conversa que desenvolvi com Mia Couto sobre esse tratamento e que ele, em jeito de brincadeira, disse que gostava de o fazer, porque também é derrubador de louça.
Essa conversa povoou a minha mente, porque tenho estado a ler o seu livro intitulado “Venenos de Deus, Remédios do Diabo”, daí a recriação do título da obra.
A mistura entre sonho e realidade, mais a imaginação, mais ainda a ideia de que a crença nos dá suporte emocional ou resolve parte dos nossos problemas, transportou-me para uma série de exemplos de curas ou de tratamentos de que já me falaram. É isso que abordo neste texto.
A minha mãe contou-me, em tempos, que para que a cacana (mordica balsamina) não tenha sabor amargo, deve ser confeccionada por certas pessoas e não todas. Há pessoas que fazem com que ela tenha um sabor insuportável de degustar. Eu sou das pessoas que, lá em casa, embora não fosse fã desse prato, o devia preparar. E a minha mãe adorava que assim fosse. Embora, no que a outros pratos dissesse respeito, ela preferisse a comida feita por uma das minhas irmãs, cujo nome é homónimo ao da sua mãe, a “preferida”. A cacana manipula da por mim sabia bem, dizia-se Leia mais…