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Música é área de mafiosos!

Por Idnórcio Muchanga

– afirma Jorge César, percussionista, ex-bailarino e vocalista, em exclusivo ao domingo

TEXTO DE JORGE RUNGO
JORGE.RUNGO@SNOTICICAS.CO.MZ

Tem um palmarés incomparável. Viajou pelo mundo inteiro. Actuou em grandes palcos, em festivais e concertos prenhes de artistas de craveira internacional. Primeiro fê-lo como membro de referência da Companhia Nacional de Canto e Dança (CNCD), depois como percussionista e vocalista dos Ghorwane.

Foi fundador da banda Nondje e, mais recentemente, ingressou no Grupo RM. De permeio colaborou com vários projectos, entre os quais destaca os Timbila Muzimba, Stewart Sukuma, Zoco Dimande, entre outros.

Como integrante da extraordinária CNCD, Jorge César deu a sua voz a temas que estão registados no álbum “Walawasa” (1984), gravado na Dinamarca, tendo em seu redor as vozes de Joaquina Siquice, Eduardo Durão, Ana Vasta, Carolina e Casimiro Nyusi, e de exímios executores de instrumentos tradicionais, com particular destaque para a timbila.

Porque também se fez bailarino, coube-lhe o papel principal, o de rei, no bailado “A Grande Festa”, que foi exibido perante Chefes de Estado e de Governo no Hotel Polana, foi cartaz no Cine- -Teatro África, deu a volta ao país e foi exibido um pouco por todo o mundo.

Com os Ghorwane deixou a sua marca vocal e de percussão no álbum “Kudumba” (1997), onde o seu génio é audível nas incontornáveis músicas “Pim-pam-pum”, “Progresso” e “Salabodé”, cuja frescura melódica e rítmica foi tremendamente ensaiada, exibida e aplaudida no palco cedido pelo Grupo Desportivo de Maputo.

Teve oportunidades incríveis na vida, das melhores possíveis, mas, como ele mesmo diz: “sabes como é esta nossa vida de africanos”. Perdeu-as. Afirma que não guarda mágoas dos episódios tristes com que se deparou na vida, mas sublinha que a música não é levada a sério no país, por ser “área de mafiosos”. Leia mais…

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