Decorria o ano de 1984. Moçambique lutava pelo apuramento ao CAN-86. O Malawi, num dos melhores momentos da sua história, atravessou-nos o caminho e, no seu terreno, Lilongwe, no jogo da primeira mão, foi primeiro a marcar. Os malawianos, que enchiam o seu estádio, festejaram fervorosamente. Aliás, estavam a enfrentar um adversário reconhecidamente de valor. Explicamos: todas as selecções que defrontassem Moçambique, depois de 1983, tinham como referência a vitória ao grande Camarões, por 3-0, no Estádio da Machava; enorme brilharete que rodou o mundo, uma vez que a selecção camaronesa havia estado no Mundial de 1982, chegando a bater, inclusive, a Argentina do “astro” Diego Armando Maradona, por 1-0 (golo de Oma-Biyik, que saltou ao “terceiro andar” para cabecear, contando, também, com a displicente intervenção do guarda-redes Pumbido).
Na tal partida de Lilongwe, a selecção nacional não baixou os braços. Foi para cima do adversário em busca do golo de empate. O Malawi também não ficou a ver a banda passar. Em alguns momentos criou dissabores no último reduto moçambicano, formado por Amadinho, Joaquim João, Faruk e César, a frente de Filipe Chissequere, guarda-redes que estava em ascensão, opondo-se a Nuro Americano e Zé Luís, que, até então, eram os donos da baliza da selecção nacional.
Veio então o golo de Moçambique, concretizado por Nicolau de Sousa, ou simplesmente Nico, em mais uma incursão do atacante moçambicano. Aliás, nesse jogo, Nico, que nunca jogava fixo no ataque, descia no terreno, amiúde, para ajudar os colegas a levar perigo à baliza contrária. E aquele golo foi corolário dessa abnegada entrega do atacante, vindo a conferir um bom resultado para Moçambique em espaço alheio. Leia mais…
POR JOCA ESTÊVAO
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