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“Não temos uma crítica literária que acompanhe a produção”

Por Jornal domingo

  • Almiro Lobo, escritor e académico, em entrevista exclusiva ao jornal domingo

POR: CAROL BANZE

carol.banze@snoticias.co.mz

Aliteratura não muda o mundo. Pode mudar as pessoas e as pessoas podem mudar o mundo. Um poder político que seja simpático às letras tem maiores probabilidades de encontrar estratégias educativas para mudar a sociedade”, deste modo Almiro Lobo expressa o seu pensamento em relação à importância da literatura num Estado. Lobo não se exclui dessa missão.

Ganha força quando rebusca um pensamento que transcende as fronteiras da motivação: “Estou a lembrar-me agora de José Craveirinha que dizia que trair a pátria é saber escrever e não escrever”, cita e revela que “quando recebi o diagnóstico de glaucoma, o médico que me viu disse-me: “só temos uma hipótese que é retardar a evolução da doença”. Perguntei ao médico quanto tempo tinha, ele respondeu-me – «5 anos. Você vai poder ver durante 5 anos». Pensei o que vou fazer, sabendo que daqui a 5 anos sou cego.

Entre outras coisas, resolvi escrever. Escrevi”. Navega no mundo das letras “em dois patamares”, como Professor universitário e escritor. É autor de diferentes obras de cunho académico, como a “A escrita do real”, e também de várias produções literárias, a última lançada em 2024 – “Os bichos têm dono”.

Ao jornal domingo, entre várias questões, fala da produção literária no país, da proibição de circulação do seu livro intitulado “O berlinde com Eusébio lá dentro” pelo Sport Lisboa e Benfica. Observa que “em Moçambique, lê-se cada vez menos”, aponta que o Estado não definiu como prioridade cultivar o cidadão e dispara: “nós não temos uma crítica literária que acompanhe a produção literária”. Leia mais…

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