Frederico dos Santos não se esquivou quando chamado a avaliar o desempenho de Moçambique ao longo do ano passado. O treinador considera que a natação moçambicana teve uma má prestação no concerto das nações.
Que avaliação faz da prestação de Moçambique em 2013?
Não sou a pessoa indicada para responder a essa pergunta, mas enquanto técnico de natação dum clube, estando envolvido nesta família, penso que foi uma prestação desastrosa.
Porque?
Porque tínhamos passado da fase pós-independência de ir às competições internacionais para ganhar experiência, não só na natação, como também noutras modalidades. O discurso era esse. Num passado recente, em competições regionais e até africanas, demonstramos que podemos ombrear com outras nações de África e até lutar por lugares de pódio, algo que não aconteceu nas competições em que tomamos parte em 2013. Saímos com zero medalhas. A selecção nacional de juniores que participou no Campeonato Africano, em Lusaka, era composta pela melhor geração dos últimos anos, principalmente em masculinos, mas saiu sem medalha. Faltou alguma coisa, que não é o potencial dos atletas.
Que desafios elege para o ano de 2014?
Temos o Campeonato Africano das zonas 3 e 4, em Kampala, Uganda, em Abril. É uma competição que Moçambique já conquistou o terceiro lugar na edição de 2009, na África do Sul e oxalá que haja uma preparação cuidada para uma representação condigna do país. Temos os Jogos Olímpicos da Juventude, na China. Infelizmente a federação não teve o cuidado de nos comunicar, através da associação onde estamos filiados, preferiu manter isto em segredo, abrindo espaço para especulações.
As selecções nacionais têm sido bem compostas?
As representações nacionais deveriam constituir um momento onde se deveria premiar a excelência verificada nos resultados dos atletas, nas classificações dos clubes e no perfil de competências dos técnicos.