A partir de 1976, Martinho de Almeida, o homem da “Marsia”, que tinha jogado pelo Atlético, à dada altura passou a ser jogador/treinador do então Benfica de Lourenço Marques (Costa do Sol). No ano seguinte, porque já tinha muitos anos nas pernas, optou por arrumar, definitivamente, as chuteiras.
Nesse período, todos os jogadores do Costa do Sol eram de primeira linha. Frise-se, Martinho de Almeida tinha um leque de opções extraordinário. Em cada jogo podia alinhar com este ou com aquele que pouco ou nada mudava em termos de qualidade.
Qualquer dos jogadores que a equipa dispunha funcionava quando fosse confiado ao “onze”, mas Martinho privilegiava jogadores viris, até algo agressivos, no bom sentido; aqueles que quando perdessem a bola procuravam-na como se fosse a última coisa que tinham de fazer na vida.
As escolhas no sector defensivo recaíam mais em atletas como Messias, Gito, Vitorino e Nelinho. Nas laterais tinha César Manjate, Moiana, Afonso Eusébio e Matola. Destes, Matola era o menos habilidoso, mas bastante voluntarioso, aguerrido e por essas características dava melhores garantias ao treinador. Jogadores como Afonso Eusébio e César só conferiam mais técnica.
Os adversários tinham medo de jogar onde se posicionassem Messias ou Nelinho porque eram efectivamente maus. Além disso, esses jogadores punham a bola longe da zona defensiva, usando “pontapés cumpridos”. Martinho não gostava de ver a bola perto da sua defesa. Queria que estivesse sempre distante da área da sua baliza. Mais tarde, alistou-se Faruk, após a extinção da Académica (Polana), um defesa tecnicamente evoluído, mas com uma pontinha de maldade. Este era também dos centrais mais preferidos pelo treinador. Leia mais…
Por Joca Estêvão
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