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Manutenção?! Quero um pouco mais

Por admin

– Antero Cambaco, técnico do Desportivo de Nacala

O técnico principal do Desportivo de Nacala, Antero Cambaco, referiu, em entrevista ao domingo, que tem obrigação de garantir a manutenção de sua equipa na prova máxima do futebol nacional, o “Moçambola”, mas que, pessoalmente, colocou-se o desafio de atacar posições cimeiras na classificação final.

Antero Cambaco é treinador do Desportivo de Nacala desde a segunda volta do “Moçambola” 2015. A direcção do clube manteve a confiança no treinador na presente época.

A confiança renovada no treinador parece que foi acertada, pois, mesmo os temíveis adeptos da colectividade estão em consonância com o técnico. Mas ainda há simpatizantes que algumas vezes contestam as opções técnicas, situação assumida por Antero Cambaco como normalíssima.

O treinador tem fé nos seus jogadores e defende que a evolução da equipa dá indicações duma classificação final ainda melhor que a actual. No seu entender, os atletas estão a melhorar em duas vertentes, táctica e tecnicamente, faltando apenas limar arestas na finalização das oportunidades criadas.

Tudo o que for a acontecer mais é um acréscimo. É preciso saber que a nossa equipa é pequena e no meio desta prova há colossos que estão atrás de nós, como é o caso do Desportivo de Maputo e Costa de Sol. Mas eu quero mais, precisamos de bater recordes. Trabalhamos para depois de algum tempo sermos considerados grandes,frisou Cambaco, confiante.

Acrescentou que está lisonjeado porque nota-se que é possível fazer bom futebol e ter resultados animadores com pouco rendimento financeiro. Espero que os meus jogadores venham valorizar aquilo que foi a primeira volta, porque só assim é que podemos conseguir subir mais na tabela classificativa. Não podemos ficar satisfeitos apenas pela manutenção. Eu quero mais que a manutenção.

No entanto, neste momento o técnico mostra-se preocupado com a falta de finalização dos seus jogadores. O sentimento do treinador é de que a equipa concretiza muito pouco relativamente as oportunidades que cria.

O técnico do Desportivo de Nacala deseja que cada um na equipa, dirigente, técnico, adepto, entre vários integrantes, desempenha o seu papel cabalmente sem perturbar o outro.

Acrescentou que os dirigentes devem trabalhar para atender as necessidades dos jogadores, pois só desta forma é que todos estarão satisfeitos. Se conseguirmos isso será grande reforço. Alguns jogadores estão a ser lapidados, tem substitutos à altura.

O treinador Antero Cambaco revelou que trabalhar em Nacala é muito difícil porque há muitos treinadores, alguns estão nos gabinetes, outros nas bancadas, outros nos mercados, entre vários lugares, então, é preciso ter pulmão.

ELIMINADO NAS TAÇAS

O Desportivo de Nacala está fora das duas taças de futebol, nomeadamente da Taça da Liga BNI e Taça de Moçambique. A propósito, o treinador disse que não está preocupado porque a direcção alertou que não tinha capacidade para suportar aquelas provas.

Confessou sentir-se triste porque queria também disputar seriamente aquelas competições, que acabaram servindo apenas para experimentar alguns jogadores que não eram utilizados no “Moçambola”.

Reagindo ao despedimento massivo de treinadores esta época, Antero Cambaco observou que nenhum treinador gosta de perder e há momentos que as direcções dos clubes não percebem isso.

Já aconteceu comigo no Desportivo de Maputo no ano passado, e a equipa só conseguiu manter-se na última jornada. Este ano afastaram Uzaras por causa dos maus resultados, mas mesmo com a nova equipa técnica continua a passar mal, quem é o culpado neste caso? Se calhar tudo isto é por causa da má organização,disse.

Uzaras deve-me

certificado de licenciatura

Antero Cambaco conta que recebeu indicações assustadoras de trabalhar em Nacala. Uma das pessoas que desconfiou do sucesso do treinador foi justamente o seu colega de carreira 

Uzaras chegou a dizer-me que se eu conseguir trabalhar em Nacala vai-me dar um certificado de licenciatura. Estou à espera desse certificado porque acho que mereço, trabalhei no ano passado, mesmo depois de não termos conseguido a manutenção os adeptos reconheceram o meu trabalho e este ano estamos a caminhar perfeitamente, disse.

Cambaco sente-se tranquilo, pois sabe que o desafio de treinador é arriscar. Quem tem medo é porque não sabe nada. Confesso que quando recebi a proposta tive receio porque a informação que recebia era assustadora, mas o vice-presidente, Gimo, incentivou-me, mais tarde o presidente Munir, aceitei porque queria trabalhar noutro ambiente.

Abibo Selemane
abibo.selemane@snoticias.co.mz

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