Redacção
O Ferroviário da Beira despediu-se ontem à noite da Liga dos Campeões Africanos em futebol, depois do empate a zero diante do USMA de Argel, no desfecho dum filme parecido com o assistido no primeiro encontro no “Chiveve”, terminado igualado a um tento. Tal como no primeiro encontro, o campeão moçambicano voltou a respeitar em demasia o adversário e quando acordou para discutir a eliminatória não foi feliz.
De resto, a segunda metade do encontro foi disputada a um ritmo alucinante e os “locomotivas” acabaram deixando na retina uma imagem de que o adversário estava ao seu alcance e que chegar às meias-finais não seria de todo uma surpresa.
Aliás, o Ferroviário da Beira tomou conta do jogo por vários minutos da segunda parte e não foi feliz porque o guarda-redes contrário serviu para todas encomendas, incluindo as envenenadas.
Dayo, aos 55 minutos, rematou forte de fora da área para uma defesa apertada do guarda-redes, que voltou a brilhar num remate com selo de golo do capitão Maninho.
A verdade manda dizer que os argelinos não se limitaram a assistir. Responderam com um cabeamento perigoso ao lado do poste esquerdo da baliza de Willard, na conclusão duma jogada bem conseguida e que envolveu quatro jogadores do sector atacante. Noutra ocasião, Willard saiu bem para travar um remate rasteiro dum dianteiro argelino
Conforme anotamos acima, o campeão moçambicano teve uma entrada titubeante, com tremedeiras a mais para quem já conhecia o potencial do seu oponente.
Essa postura fez com que os primeiros 45 minutos fossem de domínio argelino, ainda que de forma inconsequente, considerando o número de oportunidades flagrantes para golo.
A equipa da casa atacou em bloco, apostando num futebol de apoio entre seus atacantes, o que nalguns momentos desequilibrou a defensiva do campeão moçambicano.
Por várias vezes, o guarda-redes Willard foi chamado a fazer de pronto socorro, sobretudo porque Cufa esteve tremido no centro da defesa.
Ainda assim, mesmo pressionado, o Ferroviário da Beira manteve a calma e procurou chegar à baliza contrária e por duas ocasiões criou perigo. Nelito levou a bola a passar ao lado do poste direito na conversão dum livre a castigar uma falta sobre Dayo, que teve no capitão Maninho um suporte à altura.
No futebol não há derrotas morais, sim senhor! É verdade! Mas também é bem verdade que o Ferroviário da Beira deixou uma imagem positiva nessa sua estreia na maior prova de clubes do futebol africano.
Assim jogou o Ferroviário da Beira: Willard, Cufa, Amorim, Hagy, Edson, Nelito (Andro, 86´), Fabrice, Amarachi (Chelito, 73´), Thomas, Dayo e Maninho.