O piloto moçambicano Jeffrey Novela, da categoria de Max Junior, já se encontra na Suécia onde, entre os dias 2 e 4 de Setembro, fará a sua última aparição no Troféu da Academia da CIK FIA-2016 em Karting. Novela, aos 12 anos, é o segundo moçambicano a participar na prestigiante academia da FIA que reúne os pilotos promissores mundiais, depois de Laher Maciel ter participado no ano passado.
Depois de duas primeiras participações (Essay, França, e Portimão, Portugal) nas provas de Troféu da Academia CIK FIA em karting, reservadas para pilotos promissores de todo o mundo com máximo de 15 anos, o piloto moçambicano da categoria de “max junior” Jeffrey Novela encerra a sua participação na prestigiante academia na prova marcada entre os dias 2 e 4 de Setembro próximo, no circuito internacional de Kristinstad, na Suécia.
O piloto regista assinalável progressão no campeonato doméstico da sua categoria organizado pelo Automóvel & Touring Clube de Moçambique (ATCM), ocupando actualmente o 4.º lugar da tabela classificativa, sendo o pódio partilhado por Karl Pitzer, Naomi Pitzer e Laher Maciel.
De partida para Kristianstad, Carmo Novela, pai e agente do piloto, disse à nossa reportagem que o seu pupilo tem vindo a melhorar a sua performance de prova para prova, não alimentando qualquer sonho de conquistar o troféu mas sim aproveitar o certame para melhorar ainda mais os índices de automatização.
“Não mudámos o nosso chip em relação ao nosso objectivo que sempre foi aprender e aprender. É isso que nos levou a abraçar este projecto da Academia CIK FIA-2016”,disse o interlocutor perspectivando bom desempenho do seu pupilo para a prova que arranca no dia 2 de Setembro.
PRONTO PARA A PROVA
“Estamos preparados para fazer frente a esta última prova. Tivemos uma paragem longa em termos de competição que não ajuda muito. Desde que voltámos de Portimão, em finais de Junho, que o piloto não compete. Sei que houve provas na África do Sul, mas pelos custos em que estamos envolvidos, que são encargo pessoal e com a ajuda de um e outro familiar, não nos fazia muito sentido aventurarmos para Johannesburg, Cape Town e, muito recentemente, Pretória. Durante este tempo de paragem nas competições fomos submetidos a treinos intensivos na parte da mecânica, muscular e até de alimentação, de forma a ganhar mais estabilidade”, garante o agente lamentando, entretanto, estar a custear todas as despesas para a ida à Suécia.
“Aí está o grande calcanhar de Aquiles no desporto moçambicano no geral, se calhar pela situação que o país atravessa. Do ATCM recebemos cinco mil dólares, que serviram para a inscrição na Academia e outras questões cirúrgicas. Na segunda prova fomos no limite. Contactámos várias instituições, algumas que patrocinam outras modalidades desportivas, mas o que recebemos como resposta é que a sua situação económica não é boa. É um desafio enorme, atendendo que fazemos isto por gosto e para representar o nosso país também. Devemos dizer claramente que em termos de apoios é zero, não há que esconder. Acreditamos que um dia vamos chegar lá”, diz optimista Carlo Novela.
Continuidade do progresso dos pilotos
– António Marques
António Marques, presidente do ATCM, entende que a participação dos pilotos na Academia CIK FIA é uma oportunidade para o seu amadurecimento enquanto pilotos.
“Na continuidade do progresso e do futuro dos pilotos do ATCM, Jaffrey vai fazer a sua última participação na Suécia no Troféu da CIK FIA-2016. Já no ano passado foi Laher, por direito próprio, e este ano Jaffrey. Sabemos que melhorou bastante o seu treinamento e a condição física, porque percebeu as exigências desta competição que é um campeonato do mundo para pilotos de 15 anos, ou seja, são os melhores pilotos do mundo com menos de 15 anos que vão fazer esta prova. Enquanto ATCM, estaremos para o ano à espera que a FIA nos envie os regulamentos do troféu para indicarmos o piloto que irá à academia”, observa Marques.