Vários desportistas, com destaque para o ministro da Juventude e Desporto, Alberto Nkutumula, testemunharam na sexta-feira, 26 de Agosto, no Hotel Polana, em Maputo, a homenagem a Augusto Matine, um dos jogadores que espalhou o perfume do futebol moçambicano pelo mundo, sobretudo com o emblema do Benfica de Portugal, na companhia de Eusébio e Coluna, e que quando regressado à terra que o viu nascer exerceu as funções de seleccionador nacional de Moçambique e das camadas jovens, para além de director técnico da FMF.
A iniciativa da FMF foi considerada oportuna como diria o ministro Alberto Nkutumula, para quem “a sociedade precisa de grandes referências” que devem ser glorificadas.
Muitos acham que é chegado o momento de reconhecer as nossas antigas vedetas da bola enquanto ainda vivem. Para a frente ficam outras homenagens das várias referências do nosso futebol.
A homenagem a Matine enquadra-se na estratégia de “governação” do actual elenco directivo da FMF, presidido por Alberto Simango Jr., que completa agora um ano de mandato.
É sinal positivo
– Francisco da Conceição, director nacional do Desporto
“Temos vindo a viver um fenómeno no nosso país. Esquecemo-nos das nossas referências. Elas quando morrem é que são reconhecidas, como ficou bem vincado muito recentemente com a morte de Joaquim João, o que deixou muito a desejar. Era referência obrigatória” – disse Francisco da Conceição, director nacional do Desporto.
Afirmou que a homenagem a Augusto Matine é um sinal positivo que demonstra que se cometeram erros com muitos jogadores de referência de várias modalidades que ficaram esquecidos.
–Esta homenagem é o tamanho que essas referências merecem. O desporto não pode ser visto apenas como um lugar onde você é importante só quando está no activo. Deve ser referência para as crianças. Nenhuma mãe gostaria de ver o seu filho atleta a terminar a carreira abandonado e desgraçado. Isto é sinal de que podem ser feitas coisas boas para as pessoas vivas.
Figura inabalável
– Abel Xavier, seleccionador nacional
–Foi notável. Foi muito importante. Há que enaltecer a federação por este gesto tão nobre, com uma figura inabalável do futebol moçambicano, primeiro como pessoa, depois a sua vocação académica como formador. Tive o privilégio de quando tinha quinze anos ter encontrado Matine no Estrela da Amadora.
Abel Xavier acrescentou que “no futebol e na própria vida existem muitas pessoas que entram e saem e deixam muitas marcas. Não tenho dúvidas do mérito deste reconhecimento enquanto vivo. Matine é uma pessoa de valor acrescentado”.
Haverá mais homenagens
– Alberto Simango Jr., presidente da FMF
Alberto Simango Jr., presidente da FMF, disse que “a homenagem faz parte da nossa estratégia e da nossa forma de estar no futebol. A primeira pessoa merecedora deste tipo de homenagem, por estar muito próxima de nós, é Augusto Matine. Com ele começámos e no futuro vamos homenagear mais figuras”.
–São muitos jogadores que deram muito ao país, que espalharam o seu perfume de futebol e deixaram marcas. Queremos que esses sejam recordados e valorizados para que a nova geração fique a saber que aqui houve grandes jogadores. Não vou dizer quem é o próximo, porque são vários.
Justificou que Matine é um homem exemplar que deu a vida ao futebol ontem, no tempo colonial, e agora. “Com ele aprendemos o que é bom. Não lhe estamos a fazer algum favor. Fez muito por este país como seleccionador nacional principal, das camadas jovens e director técnico. Eis a razão desta homenagem”.
Manuel Meque
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