O acesso ao campo de futebol do Costa do Sol foi muito difícil no domingo passado para os que foram assistir ao jogo entre aquele clube e Maxaquene, derby da quarta jornada do Moçambola 2014.
As pessoas se acotovelavam nos portões na presença dos elementos da Polícia da República de Moçambique (PRM) que mais complicavam ao invés de facilitar as entradas.
Com bilhete ou com cartão de livre-trânsito a pessoa tinha que arregaçar as mangas para puder entrar antes de o jogo iniciar ou para não atrasar mais.
Mulheres e homens eram empurrados para dentro e para fora pelos porteiros e polícias, em uma batalha campal que parecia de gente esfomeada a se forçar para receber algo para matar a fome.
Era para assistir ao grande jogo da semana, que de grande não se viu muito, senão aquela jogada do golo do Maxaquene de autoria de Maurício.
Primeiro foi junto ao portão principal, depois a cena se instalou noutro portão, do lado dos balneários. Quando a situação parecia sem solução no portão principal foi quando um elemento da polícia começou a gritar sugerindo as pessoas a se dirigirem ao outro portão, do lado dos balneários, onde para se chegar tinha que se passar por charcos e pelo charcão mesmo à entrada. Nos dois portões o sofrimento passou a ser igual.
A dada altura, António Machava, antigo jogador “canarinho” e hoje chefe de segurança do clube, se insurgiu contra os polícias aquém os atribuía culpa pela confusão, isso no portão principal. É que, parecia que os policias e porteiros se contradiziam no portão, tudo pela facilitação dos “amigos” no acesso ao campo sem bilhete de ingresso, um negócio antigo do estilo “cabrito come onde está amarrado.”
Machava precisou de usar toda a sua força para conter a fúria dos amigos de futebol, mas quando a paciência esgotou nas pessoas que queriam de imediato entrar para assistir ao jogo, algumas bastante embriagadas de álcool aí vendido, arrombaram o principal portão, enquanto os mais atrevidos saltavam o muro, mesmo correndo o risco de se molharem ao caírem para os charcos.
Não ficou bem para um grande clube como o Costa do Sol aquela situação que era um atentado à vida dos adeptos de futebol.
Também não ficou bonito ver os adeptos do Maxaquene a se digladiarem pela aquisição de bilhete de ingresso, do lote de 50 (?) disponibilizados pelo Costa do Sol, na qualidade de dono do jogo. O homenzinho responsável pela distribuição podia ter sofrido espancamento e ferimentos se não soubesse fugir de um lado para o outro.
Da próxima os “tricolores” que se organizem lá em casa para que não voltem a encher de vergonha os olhos dos que vão ao campo para assistir ao futebol. E que o clube doador dos bilhetes que o faça atempadamente.
E a propósito de segurança nos recintos de jogos, vale perguntar: será que a bancada sol do Costa do Sol pode suportar lotação sem desabar? O que ainda não desabou apresenta-se com rachas!
Manuel Meque