O croata Boris Pusic não vai renovar contrato com a Federação Moçambicana de Futebol (FMF) para continuar no comando técnico dos “Mambas”, soube domingo de fonte insuspeita da FMF.
Os pensamentos do treinador croata e da direcção da FMF divergem e tudo aponta para a não renovação do acordo celebrado para as duas partidas qualificativas para o “Mundial” da Rússia, em 2018.
Apesar de ser consensual o trabalho promissor realizado pelo treinador croata nos dois jogos frente ao Gabão, as exigências colocadas pelo treinador para ser Seleccionador Nacional de Moçambique não agradam a direcção da FMF, que, entretanto, mantém o mutismo sobre o futuro técnico da equipa nacional.
O nosso jornal sabe que o treinador croata exigiu, por exemplo, indicar ele próprio os seus assistentes, papel que a direcção da FMF julga ser da sua responsabilidade.
Mais do que isso, há elementos da direcção da FMF que não concordam com os nomes propostos por Boris Pusic para ocupar os lugares que nos jogos contra o Gabão pertenceram a Hélder Muianga “Mano Mano” e Dário Monteiro.
Fonte insuspeita da FMF assegurou ao domingo que Boris Pusic gostaria de trabalhar nos “Mambas” com Tomás Inguane, actual director desportivo do ENH de Vilankulo, responsável pela contratação do técnico por aquele clube.
Tomás Inguane fez carreira em clubes como Desportivo e Ferroviário de Maputo, antes de se transferir para a vizinha África do Sul. Por várias vezes vestiu a camisola da selecção nacional, sendo esse um dos argumentos apresentados pelo treinador croata.
A direcção da FMF está mais inclinada a contratar um treinador português com conhecimento do futebol moçambicano, e essa intenção ganhou corpo na recente deslocação do presidente da FMF, Alberto Simango Jr. a Portugal.
Entretanto, o técnico croata já renovou o seu contrato com o ENH de Vilankulo, agora com objectivos mais ousados do que apenas permanecer no escalão máximo do futebol nacional.
Os “Mambas” regressam à competição em Março próximo com uma dupla jornada frente ao Gana, desafios inseridos nas eliminatórias de qualificação ao CAN 2017, a ter lugar no Gabão.
Com efeito, para o Grupo H, que integra também as selecções nacionais do Ruanda e Maurícias, Moçambique defronta o Gana primeiro em Acra, a 23 de Março, para quatro dias depois receber as “Estrelas Negras” para o jogo de retribuição em Maputo,
Vale lembrar que os “Mambas” estão praticamente fora do CAN do Gabão depois de perder os dois primeiros confrontos frente ao Ruanda, em Maputo, e Maurícias, fora, pelo mesmo resultado de uma bola sem resposta, o que coloca Moçambique na última posição do grupo após duas jornadas.
Segundo o regulamento da prova, apura-se para o CAN uma selecção de forma directa e as três melhores segundas classificadas no conjunto de todos os grupos.
Desde 2010, em Angola, que Moçambique não marca presença numa fase final desta prova, tendo falhado (Gabão-Guiné Equatorial/2012; África do Sul/2013 e Guiné Equatorial/2015.
Este ano, para agravar a situação, Moçambique foi precocemente afastado das eliminatórias de qualificação ao CAN Interno agendado para o Ruanda, ao perder por 3-0 em Ndola frente a Zâmbia e empatar sem golos no Estádio da Machava no jogo decisivo.