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Balú aposta na formação de jogadores de futebol

Por admin

O empresário António Balú, que em finais da década noventa alavancou o boxe na cidade de Maputo, está actualmente empenhado na formação de jogadores de futebol na cidade de Nampula, onde criou o Futebol Clube Centre Azul que funciona com duas equipas, uma de iniciados e outra de juvenis.

Prossigo com o projecto de formação. Desta vez estou a priorizar o futebol. Para o efeito, criei o Futebol Clube Centre Azul”, refere António Balú.

O meu objectivo é fazer com que as crianças tenham onde aprender o ABC do futebol, permitindo o apetrechamento dos clubes e das selecções nacionais com bons jogadores. Em juvenis já nos adiantamos, somos vice-campeões provinciais de Nampula de 2014, com lugar no campeonato nacional do escalão, agendado para cidade de Maputo. Isso significa que estamos a ter uma boa formação”, orgulha-se Balú.

Neste momento estamos só com o futebol. Em breve vamos começar a formar pugilistas. Como sabe, eu sempre fui promotor de boxe”, frisa o nosso entrevistado.

NÃO DEIXEM MORRER O BOXE

Balú, quando fala do boxe, quase que deita lágrimas por considerar que a modalidade está a morrer e não se vislumbram sinais de salvamento.

Devo dizer que ando muito triste por ver a modalidade (boxe) a morrer. Era mesmo para salvar o boxe que no passado, sob proposta de amigos quis ser presidente da Federação Moçambicana de Boxe (FMBoxe), mas alguns “donos” desta nobre modalidade me impediram. Lamentavelmente, o nosso boxe degrada-se cada vez”, António Balú.

Para demonstrar que conhece por dentro e por fora o boxe nacional, Balú faz questão de dizer que “ hoje não tens associações provinciais visíveis e confiáveis; não tens o boxe nos clubes, senão no Matchedje e Ferroviário, ambos da capital do país. Também não tens uma federação actuante, capaz de liderar um projecto de massificação da modalidade no país que permita a sua prática em todas as províncias. É incompreensível e inadmissível que a segunda província mais populosa do país, a Zambézia, continua sem praticar o boxe.”

Balú prossegue dizendo que Igualmente não há boxe em Tete, Niassa, Cabo Delgado, Inhambane, Gaza e na província de Maputo. Uma das poucas vezes que Gaza participou num “Nacional”, o seu representante, Zacarias, quase morreu no Ringue por nunca ter treinado seriamente. E chegou a participar também com um dirigente e um treinador, mas sem atleta. A província de Manica, que se apresentava como o segundo centro de boxe, anda com problemas de estruturação.  

Balú deixa claro que não está em campanha nenhuma,“apenas a alertar sobre o desaparecimento do boxe do mapa desportivo nacional, se os seus amantes não tomarem medidas de precaução que o libertem dos oportunistas e que possa seguir em frente.”   

Quero organizar

o “Combate do Ano”

António Balú diz querer organizar um duelo de boxe que fique baptizado por “Combate do Ano”, na cidade de Maputo, em princípio na primeira quinzena de Dezembro deste ano.

Acrescenta que Já foi criado um grupo de trabalho, que juntamente com a Associação Moçambicana de Boxe, presidida por Lourenço Manglaze, vai iniciar o trabalho de viabilização do evento. O vencedor do “Combate do Ano” receberá quarenta mil meticais (40.000,00Mts) e o vencido dez mil meticais (10.000,00Mt). Os vencedores dos combates acompanhantes receberão dois mil meticais (2.000,00Mts) e os vencidos quinhentos meticais (500,00Mts), cada um.

Os participantes no referido combate deverão ser pugilistas com certo reconhecimento no país, tal como os do primeiro duelo semi-profissional, realizado em 2009 no pavilhão do Maxaquene, que envolveu Paulo Jorge e Nelson Benjamim, que terminou com a vitória do primeiro.

Posso tranquilizar os pugilistas participantes que nada vai falhar. Será uma oportunidade de passarem a quadra festiva com um orçamento extra”, garante Balú.

Perder um combate

não acaba com minha carreira

-Cremildo Gonçalves, medalha de bronze

dos X Jogos Africanos

Cremildo Artur, pugilista do Ferroviário de Maputo, medalha de bronze nos X Jogos Africanos, realizados em Maputo em 2011, foi derrotado por José Azarias da Academia Lucas Sinóia no Campeonato de Boxe da Cidade de Maputo que teve lugar nos dias 8, 9 e 10 de Novembro na Escola Secundária Francisco Manyanga.

No fim do combate, que apuraria o primeiro e segundo classificados dos 60kg, Cremildo Artur, ainda abalado pela derrota que diz ter sido “fabricada” pelos juízes como forma de punir o seu treinador, Elísio Manhiça, por ter estado a fazer barulho, o atleta aceitou falar para o nosso jornal.

Acaba de perder a favor de um miúdo que, à sua custa, se sagra campeão da cidade de Maputo. O que isso significa para si?

É Algo péssimo para mim. Eu não esperava esta derrota. Ganhei nos três assaltos e no fim os juízes me impuseram derrota alegando que o meu treinador Elísio Manhiça andou a fazer barulho próximo do ringue. O que eu tenho a ver com o comportamento do meu treinador? Que fosse ele o punido e não eu. Enfim, é mais uma prova de que o boxe anda mal ajuizado.

Aos trinta anos de idade, não acha que esta derrota pode significar passagem de testemunho aos mais novos?

Nada disso! Ainda vou combater mais dois anos.

O que acha do estágio actual do nosso boxe?

O nosso boxe está péssimo. Não há competições regulares. Todas as provas agendadas sofrem adiamentos, quer ao nível da Cidade de Maputo, quer ao nível nacional. E nem há respeito pelo atleta, que é o fundamental da existência da federação e das associações. Nós os atletas somos os protagonistas do desporto, então que nos respeitem. Passamos o ano inteiro a treinar para nada ou para provas sem coerência.

Como julga as arbitragens?

As arbitragens deviam melhorar. Tem havido decisões exageradas e duvidosas. Isso mancha o que pouco ainda nos resta de boxe.

Para terminar, que espera dos próximos combates?

Como já me referi, hoje não perdi toda a minha carreira, mas sim um combate mal ajuizado. Mas, mesmo assim, daqui em diante passo a treinar-me sabendo que já tenho adversário sério.

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