A Academia de Xadrez da Matola (AXM) vai, nos dias 21 e 22, sábado e domingo, de 2015, formar jornalistas desportivos em matéria de xadrez, soube domingo do director geral daquela instituição desportiva, Domingos Langa.
A formação vai abranger profissionais de informação ligados à área do desporto de todos os órgãos de Comunicação Social oficiais do país, mas numa primeira fase, acontecerá na capital do país.
Os jornalistas vão aprender princípios básicos e essenciais do xadrez, ao mesmo tempo que vão receber informação sobre esta modalidade, seu estágio actual no país e sua história. Os profissionais da Comunicação Social receberão também material para a prática da mesma nos seus tempos de lazer.
A AXM foi criada em 2011 e surgiu a partir da Escola Clube de Xadrez da Matola, fundada em 1997, tendo já formado professores para o ensinamento da modalidade nas escolas.
Recentemente a AXM fez entrega ao Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano de material e livro sobre o ABC de xadrez, da autoria do mestre da Federação Internacional de Xadrez (FIDE), o moçambicano Mateus Viageiro, de modo a ser distribuído nas escolas primárias do país inteiro para a iniciação da modalidade.
No momento da entrega do referido material, Domingos Langa disse que “ procuramos materializar a Lei do Desporto de Moçambique, com acções modestas de massificação e desenvolvimento do nosso desporto.”
E sublinhou o facto de a iniciativa juntar “sectores da Educação e Desenvolvimento Humano, da Juventude e Desportos, de Hidrocarbonetos, de Hotelaria, ao movimento desportivo nacional, aos estudantes, às crianças e jovens.”
Com apoio da Empresa Moçambicana de Hidrocarbonetos, a AXM produziu 15.000 livros do ABC de xadrez, iniciativa que visa permitir o fomento de prática desta modalidade em todo o país, através das escolas públicas, privadas, clubes e academias provinciais já em formação.
É nessa perspectiva de fomento nacional do xadrez que a AXM tem agendada uma conferência nacional sobre xadrez, visando uma reflexão que ajude o país a avaliar o que já foi feito, os desafios e os melhores caminhos a seguir.
O xadrez em Moçambique foi introduzido pelos generais do exército colonial por volta do século XIX. Com a independência de Moçambique, a 25 de Junho de 1975, criou-se a Comissão Nacional de Xadrez, ora dirigida pelo xadrezista Guimarães Lucas. Tinha como missão divulgar a modalidade no país. A sua sede localizava-se no Centro Social da Electricidade de Moçambique (EDM).
Os primeiros núcleos de xadrez surgiram na época de 1985/86 com a maioria dos xadrezistas confinados na cidade de Maputo, filiados aos clubes Maxaquene, Ferroviário, Costa do Sol e aos grupos desportivos de empresas e instituições, como, OFTAL, TAP, Banco de Moçambique e da Universidade Eduardo Mondlane (UEM).
Em 1993 a então Secretaria de Estado de Educação Física e Desportos, dirigida por José Júlio de Andrade, aprovou os estatutos da Federação Moçambicana de Xadrez (FMX), que passou a funcionar legalmente. No mesmo ano filiou-se à Federação Internacional de Xadrez (FIDE).
Ainda em 1983 foi realizado o primeiro Campeonato Nacional de Xadrez, vencido por Marques Brigida. Participaram no evento 12 atletas representado as províncias de Sofala, Manica, Tete, Nampula e Cidade de Maputo.
A primeira Selecção Nacional a representar o país era constituída por Marques Brigida, Ângelo Mesa, Adriano Moisés e Guimarães Lucas.
Foram presidentes da FMX, Guimarães Lucas, Rui Matias, Ian Drasman (antes da sua legalização), Lucinda Cruz (1992-1998), Domingos Langa (1998-2004), Pedro Chambule (2004-2012) e Selma Simango, desde 2012.