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Abel Xavier pede intervenção do Presidente da República

Por admin

“Mambas” jogam hoje a partir das 14.00 horas de Maputo com o Togo

O seleccionador nacional de futebol, Abel Xavier, solicita a intervenção do Presidente da República, Filipe Nyusi, para normalizar a situação instalada nos “Mambas”. O combinado moçambicano joga em Lomé a partir das 16.00 horas locais (14.00 horas de Maputo) com o Togo, em partida de carácter amigável.

Está instalada uma confusão na selecção moçambicana de fu­tebol, com vários jo­gadores inicialmente convocados a manifestarem indisponibilidade de contribuir para o país.

A situação até podia ser considerada normal, mas a equipa técnica dos “Mambas” está suficientemente informa­da de que há pessoas que não querem bons resultados da se­

 lecção nacional para, a partir daí, tirarem dividendos.

A Liga Desportiva de Mapu­to foi o único clube moçambi­cano que justificou a não auto­rização dos seus atletas para a selecção nacional (ver caixa), com o argumento de que a fe­deração não cumpriu os devi­dos prazos para convocá-los.

OITO INDISPONÍVEIS

Na última edição divulgá­mos nestas páginas uma con­vocatória de 21 jogadores para integrarem os “Mambas” na missão contra o Togo. Recor­damos: Guarda-redes: Victor (Ferroviário de Nacala) e Guir­rugo (Maxaquene); defesas: Bheu (Liga Desportiva de Ma­puto), Jeitoso e Edmilson (Fer­roviário de Maputo), Salomão (Ferroviário de Nampula), Zai­nadine Jr. (Tianjin Teda, Chi­na), Mexer (Stade Rennais FC, França) e Ronny (Ried, Austrá­lia); médios: Lóló (Estrela Ver­melha), Witi e Geraldo (Nacio­nal, Portugal), Gito (Ferroviário de Maputo), Raúl (Ferroviário de Nampula), Clésio (Paneto­likos, Grécia), Nuno (Chinga­le) e Luís (União Desportiva do Songo); avançados: Dayo (Ferroviário da Beira, Sonito (Liga Desportiva de Maputo), Dominguez (Bidwest, África do Sul) e Elias (Liga Desportiva de Maputo).

Deste grupo, oito jogadores manifestaram indisponibilida­de por várias razões, a saber: Dominguez, Mexer, Bheu, Soni­to, Elias, Ronny Marcos, Witi e Geraldo.

Witty jogou no domingo passado frente ao FC Porto para a Liga Portuguesa e foi substituído no intervalo. O re­presentante do jogador, Zuneid Sidat, viria a anunciar que o atleta saiu lesionado. Geral­do, foi suplente não utilizado no Nacional da Madeira e não veio a Maputo, alegadamente, porque os seus documentos de trabalho podiam expirar e ser dificultado o seu trabalho.

Dominguez jogou fim-de­-semana na África do Sul e ajudou o Bidvest a conquistar a MTN Cup. No final do jogo, que até foi assistido por Abel Xavier, o “play-maker” dos “Mambas” apresentou-se com queixas e foi dispensado da selecção.

Mexer e Ronny Marcos também alegaram que esta­vam lesionados. Sonito, Elias e Bhéu são da Liga Desportiva de Maputo e a justificação é detalhada pelo clube.

Perante este cenário, Abel Xavier manifestou-se “profun­damente triste” e deixou esca­par que infelizmente há pes­soas que não querem o êxito da selecção nacional. Segundo referiu, nem todos os jogado­res comprovaram o seu estado de saúde.

Obviamente houve al­guns jogadores que saíram da convocatória por moti­vos de lesão, e todas as lesões devem ser justificadas documentalmente e tenho essa informação. Mas de­pois existiram outras ques­tões que não cabem a mim neste momento aprofundar sobre elas, mas que me dei­xam profundamente triste porque o seleccionador na­cional quer e está a fazer um trabalho de interesse nacio­nal, de interesse superior…

Abel Xavier observou que estamos perante uma selec­ção que não discrimina, que não tem clubite, que não tem província e as convocatórias têm sido feitas nessa perspectiva. “Portanto, vamos seguir viagem fragilizados, condicio­nados, o que me deixa triste. Mas de facto só posso controlar aqui­lo que me compete em nome do grupo de tra­balho”.

Neste quadro, o téc­nico chamou novos joga­dores como Cley, Avelino e Timbe. O treinador dos “Mambas” considera que não existem segundas es­colhas e todos os convo­cados têm mérito.

Todos os jogadores que estão no grupo de trabalho merecem essa oportunidade e é com a mesma ambição que va­mos seguir para o Togo com o objectivo de conti­nuar a crescer e a compe­tir. Faço um apelo ao Presi­dente, ao Chefe de Estado, Filipe Jacinto Nyusi, para que olhe para o estado do nosso futebol.

Aclarou que há necessida­de duma maior união entre os agentes de futebol, referindo que ele, na qualidade de se­leccionador nacional, conti­nuará a convocar os atletas “com critério, interesse nacional, único e su­premo”.

Delegação com apenas 16 jogadores

Contrariamente ao habitual, a delegação moçambicana que seguiu para Lomé integra 16 jogadores e a equipa técnica dos “Mambas” não apresentou as razões desse défice. Normal­mente, a selecção nacional via­ja com 18 atletas ou mais.

O nosso jornal ainda tentou apurar as causas dessa situa­ção e só foi possível saber que se deve a motivos organizacio­nais, entretanto não especifica­dos. Perguntámos ao treinador Abel Xavier, mas ele preferiu não responder.

Assim, seguiram para Lomé os guarda-redes Guirrugo e Victor. Defesas: Edmilson, Jeitoso, Salomão, Zainadine Jr.; médios: Lóló, Kley, Timbe, Raúl, Gito e Nuno. Avançados: Clésio, Luís Miquissone, Aveli­no e Dayo.

Custódio Mugabe
custodio.mugabe@snoticicas.co.mz

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