O Clube 1º de Maio de Quelimane está a reforçar-se com jogadores malawianos e talentosos da província da Zambézia, buscados nos principais clubes locais e no futebol recreativo.
Recentemente o segundo treinador adjunto (o principal é António Sábado), Vasquinho Alemão, deslocou-se para o Malawi donde trouxe dois bons futebolistas, cujos nomes prefere mantê-los no silêncio, dos quais um é da selecção sub-23 daquele país vizinho, que actua a ponta de lança e outro é defesa central, 1,75 metros, boa massa muscular, que faz bom jogo aéreo.
Porém, o representante da “Terra de Bons Sinais” ou do “ Pequeno Brasil” não se vai fazer presente no Moçambola somente com três bons futebolistas malawianos (o terceiro está para vir). O seu plantel para 2016 vai ser constituído por 70% de jogadores Made in Zambézia.
Vasquinho Alemão, quando por nós solicitado para uma pequena conversa disse esperar por um 1º de Maio capaz de ombrear com todos os adversários no Moçambola deste ano. E acredita que a Zambézia tem jogadores aptos para o clube dos trabalhadores se apresentar robusto este ano.
“Fomos ao Malawi na busca do que precisamos de reforço, mas a nossa maior aposta é a prata da casa. Vão fazer parte da equipa do 1º de Maioos melhores jogadores que na época passada representaram Sporting, Benfica e 3 de Fevereiro, todos de Quelimane. Digamos, vamos ter um plantel com setenta por cento de jogadores Made in Zambézia”, referiu a nossa fonte.
Há quem diga que a actual geração de futebolistas zambezianos não dá confiança como a dos Kadangos e Onofres na década de oitenta. Vasquinho Alemão falou-nos de falta de oportunidade para os actuais.
“Se para esta época demos cinco jogadores ao Costa do Sol, dois ao Ferroviário de Nacala, um (melhor marcador do Moçambola 2015) ao HCB de Songo e um lateral ao Ferroviário da Beira, não há dúvidas de que somos produtores de bons futebolistas.”
Embora estivesse afecto ao Benfica de Quelimane, Vasquinho Alemão (Vasquinho de diminutivo do seu nome Vasco e Alemão alcunha lhe atribuído por ter sido formado treinador de futebol na Alemanha) trabalhou nas últimas jornadas do Moçambola de 2015 no 1º de Maio, apesar de ter sido tarde para evitar a despromoção do clube da maior prova futebolística do país. E está confiante de que este ano os zambezianos não vão sofrer muito nos campos de jogos.
“ Temos jogadores com muita boa qualidade de que me encarregarei em trabalhar as suas mentes. Fui e continuarei a ser o psicólogo da equipa. Tenho a certeza de que sob comando técnico de António Sábado a Zambézia vai ter no Moçambola uma equipa melhor que a do ano passado”, garante.
Vasquinho Alemão disse ter conhecimento de que o Governo provincial da Zambézia está a lutar para o clube ter o básico para uma aceitável prestação no Moçambola.
“… Com o apoio do Governo provincial vai ser possível trabalharmos para bons resultados que vão trazer mais apoios ao clube. Felizmente, o clube tem um presidente que não precisa de subtrair os apoios que o clube vai recebendo, razão pela qual criou uma comissão para garantir que o apoio do Governo em dinheiro possa chegar para salários e prémios dos jogadores. Outros gastos serão suportados por ele próprio, sempre com mesmo interesse de ver Zambézia ao mais alto do futebol nacional, com qualquer clube.”
O 1º de Maio, que participa no Moçambola de 2016 graças ao facto de a prova ter aumentado de equipas, de 14 para 16, é um clube que nasceu do futebol recreativo. No curto percurso da sua existência já produziu muitos e bons jogadores, com destaque para Reginaldo, hoje a jogar na Europa. O dono, o empresário do ramo de construção, David Ramos dos Reis, apesar de gostar muito de futebol, quase não assiste aos jogos da sua equipa, talvez para evitar sofrer nos momentos de apuro da mesma. O ano passado não terá assistido nenhum. Faz-se mais presente nos treinos, no campo anexo do Ferroviário de Quelimane, onde se situa o lar dos seus jogadores, uma habitação digna de realce.