O Inspector-geral do Ministério da Saúde, Martinho Djedje, disse semana finda em Maputo que não há xarope contaminado nas farmácias moçambicanas. Ajuntou que as 50 mortes reportadas ocorreram no Paquistão.
Djedje deu estas informações durante uma conferência de imprensa na qual explicou que o destromethorphan, componente usado para a produção do xarope, foi contaminado com levomethorphan, caso reportado numa fábrica indiana, Konduskar Laboratories.
O Inspector-geral do Ministério da Saúde lembrou que autoridades sanitárias moçambicanas receberam, em finais de Outubro deste ano, um alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS), escritórios em Maputo, dando conta desta ocorrência em laboratório indiano.
Dos trabalhos de investigação feitos em diferentes laboratórios da Índia constatou-se, mais tarde, que apenas um é que tinha este problema. Na altura este já tinha distribuído os seus produtos para alguns países, tanto da Ásia, assim como da América, destacando-se os casos do Paquistão (onde morreram 50 pessoas) e Paraguai, onde foi registada uma morte e várias pessoas com sinais colaterais de consumo do xarope contaminado.
Após o alerta da OMS, o Ministério da Saúde (MISAU) investigou o caso , chegando à conclusão de nenhum xarope do laboratório indiano deu entrada no nosso país.
“A informação que temos é de que este laboratório enviou os seus produtos para Síria, Egipto, Colômbia, Paraguai e Paquistão, e estes países não exportam os seus medicamentos para Moçambique”,explicou Djedje.
O Inspector-geral do Ministério da Saúde advertiu, contudo, que se a pessoa que eventualmente tomar um xarope e achar que tem alguns efeitos que não são normais ( irritação na garganta, mal-estar, diarreia, vómitos, entre outros) deve se dirigir à unidade sanitária mais próxima.
Por sua vez, o representante da OMS, Daniel Kertesz, lembrou que quando o alerta chegou não havia pessoas doentes em Moçambique por causa do consumo de xarope. “Não fizemos testes aqui em Moçambique, mas também sabemos que os países que receberam estes produtos não os exportaram para o país”, disse.
Recorde-se que o dextromethorphan é um dos ingredientes activos usados para prevenir tosses em muitos medicamentos de venda directa. É vendido como xarope, comprimidos e antitússico, sendo produzido em marcas e rótulos genéricos. Na sua forma pura, é encontrado como pó branco.
Abibo Selemane