Bula bula por natureza não pode deixar de aplaudir acontecimentos sui generis que se dão um pouco por todo o país, sobretudo quando se trata de inovações protagonizadas por políticos e apaniguados.
Não é que há dias, dois desses líderes decidiram visitar o matutino notícias, alegadamente para reconhecer o profissionalismo e até seriedade no tratamento da informação. Batemos palmas com eles. Pelo menos alguém vê o esforço que os escribas desta casa fazem todos os dias.
Na ocasião, aproveitaram para fazer saber que não são uns políticos quaisquer. Disseram que são zelosos e que, nessa condição, criticam as forças políticas cuja natureza é separatista, discriminatória e anti-democrática. Também disseram que tudo farão para contribuir para o desenvolvimento das instituições políticas e estatais, observando as regras estabelecidas para o efeito. Belas palavras.
Mas, aquela visita rotulada como de cortesia, terá sido antecedida por um encontro na sede do chamado Bloco de Oposição Construtiva, o único do género no mundo, onde foram ensaiadas as palavras de praxe que seriam usadas no frente-a-frente com os dirigentes editoriais do matutino.
Naquela sede, estava o político ambientalista, lembram-se dele? Aquele que nas últimas eleições autárquicas ficou pasmado quando teve zero voto na assembleia de voto onde ele próprio votara. Dizem as más-línguas que o ambientalista está a apaixonar-se pelos ideais daquele político de turbante, que fala de um projecto ambicioso de distribuição de trinta e seis milhões de terra arável para cada moçambicano produzir a sua própria comida.
Tão encantado com os ideais do turbante, o ambientalista cogita a possibilidade de partilhar o seu escritório, o que até lhes vai proporcionar uma poupança considerável nos gastos que ambos fazem com o pagamento da renda de duas sedes onde se produzem ideias iguais.
Bula bulasoube de um passarinho que este gesto não andará muito longe de se materializar, tanto é que o ambientalista esteve recentemente na Cimeira do Clima em Paris e as ajudas de custo ainda foram em verdinhas, cujo câmbio ainda deixa muitos empresários tontos.
Mas, nesta coisa de fundir partidos, o país vai bem colocado. Endereçamos as mais altas felicitações às duas lideranças políticas e fazemos votos para que estes contactos sejam o prenúncio de uma coligação tendo em vista os próximos pleitos eleitorais.
Bula bulacongratula-se com a iniciativa, no entanto, gostava de partilhar com o leitor uma discussão havida recentemente entre aqueles políticos em que na lavagem de roupa suja, se disse de tudo um pouco: “líderes puxa-saco” e de “meia tigela” que precisam de certificação por uma Academia de Ciências Políticas.
E porque por cá se faz e por cá se paga, ou segundo a velha máxima dente por dente e olho por olho, usando a lei de Moisés, aliás, fazendo o eco à decisão destas lideranças, bula bula aconselha outros políticos a seguirem-lhes o exemplo de partilha de instalações.
Sensíveis ou não às bocas populares, a verdade é que os nossos políticos decidiram pôr o guiso ao gato e será que definitivamente estamos a caminhar para uma coligação? Ou estamos perante uma farsa política? A ver vamos…