Habituados estamos a ver pulular, passear à toa, pelas ruas de Maputo e não só, pelo mundo fora, muitos doentes mentais. Se os estudiosos da língua portuguesa o aceitarem, gostava que me permitissem escrever:“tipologia de loucos” – para melhor descrever a variedade de dementes que vimos nas ruas.
Uns são mansos, outros carinhosos. Alguns andam nus. Outros estão sempre a sorrir. Existem, porém, aqueles que mais se parecem com lobos– cara amarrada e sem dar confiança a ninguém. Claro, sem esquecer aqueles que estando de fato e gravata, perfumados, parecem normais.
O doente mental que deixou Bula-Bula louco estava em plena avenida 24 de Julho, mesmo em frente ao “abandonado” cinema África.
Simpático, calmo e espírito de trabalho, lá estava ele a cumprir a sua jornada – limpar a estrada. Empunhando um saco e um instrumento que serve como uma pá em miniatura, ele vai recolhendo a areia que se concentra na berma da estrada e despeja do outro lado da rua. Pasmado pelo feito, Bula-Bula abrandou a marcha e acompanhou de perto aquele exemplo de loucura activa.