Cada homem é uma raça. Ou é ao contrário. Mas há raças e raças, embora todos tenham ADN (Ácido Desoxirribonucleico), muito útil nos testes de paternidade. Alguns futebolistas são conhecidos pela sua raça, pelo empenho que disputam cada lance de jogo. Quer dizer, entram com tudo, mas dentro da legalidade desportiva. Isto é, não se esquecem da décima oitava lei do jogo: a lei do bom senso. Quando exorbitam curtem o cartão amarelo, senão mesmo vermelho. Às vezes vermelho directo. Afinal há que pôr ordem na casa.
Vermelhinho directo, directo é o que viu Ramadan al-Anzi no jornal “al-Jazirah”. Ele não é futebolista, é colunista. O seu pecado, mortal, foi ter comparado o Rei da Arábia Saudita Salman Bin Abdulaziz a …Deus. Céus!
Claro que a Bula-bula não escapa uma!
O monarca não se impressionou com tamanha marmelada, tamanha bajulação, tamanha bondade do colunista, e… toma que te dou, como dizia a eterna saudosa mana Zaida Lhongo, a nossa rainha do cancioneiro popular. Mandou suspendê-lo.
Salman Bin Abdulaziz não precisou de binóculos para ver que era lustro a mais, o epíteto com que lhe baptizou Ramadan al-Anzi: O “Haleem” ou indulgente.
Bula-bulaacredita piamente que neste burgo este tipo de carolo pode ter muitos e bons candidatos porque um cem número de vezes se apresentam mais papistas que o próprio papa.
O bom do colunista, que muito provavelmente era ou ainda é fã do rei, esqueceu-se que atribuir qualidades divinas ou dar a indivíduos qualquer um dos 99 nomes de Deus não é aceite no Reino.
O rei Salman é frequentemente saudado por colunistas na imprensa local, numa deferência tradicional à autoridade, desde que o monarca de 81 anos assumiu o Governo em 2015.