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Será que EMTPM é empresa?!

Por admin

Bula bulajá não sabe com que mais se deve indignar. Dá vontade de bater com a porta e desandar para outras paragens onde as coisas são tratadas de forma mais séria porque por aqui, está cada vez mais claro que os Homens nunca deviam sair de casa sem primeiro medir o seu tamanho. Devia haver vergonha na cara e noutras partes do corpo também.

Como é que um grupo de homens e mulheres, robustos, cheios de saúde e alegria consegue despertar de madrugada, tomar um banho, engomar e vestir, maquilhar-se, tomar um chá, pegar em si e dirigir-se ao local de trabalho para, estando lá, procurar a sombra mais cómoda para se sentar e jogar cartas, dormir até ressonar, bater um papo e rir a bandeiras despregadas?

Como é que conseguem puxar da marmita para encher o bucho lá para o meio-dia e voltar à mesma sombra e repetir tudo até o sol ameaçar ir se pôr? De 01 a 30 de cada mês? A família convencida de que o papá foi trabalhar e quando regressar vai querer uma massagem e um jantar a condizer com o esforço empreendido.

Estes mesmos homens e mulheres olham para o salário e reivindicam reajustes, ignorando que não produziram uma vírgula em benefício da empresa e da própria família.

Bula bulaviu-os há poucas semanas pregados na entrada da empresa, em greve estridente, com cartazes e batuques ruidosos. Porque dói ver um homem de barba rija a chorar em pranto, até lhe ofereceu a sua solidariedade, convicto de que se trata de gente que dá duro pela causa.

Entretanto, o Presidente da República, Filipe Nyusi foi lá ver com os seus olhos que grande parte daqueles senhores deviam ser enviados para o “Campeonato Mundial e Olímpico de Ntxuva – 2017”, a decorrer sabe-se lá onde porque, pelos vistos, a Empresa Municipal de Transportes Públicos de Maputo (EMTPM) é mais antro de treinos destas modalidades do que de transportes que o público precisa cá fora. Ora essa!

Como é que é possível que homens e mulheres que toda a sociedade julga que são responsáveis, sérios, honestos e profissionais podem deixar que 40 autocarros fiquem paralisados por falta de pneus e baterias? Até dá nervos.

Os respectivos mecânicos sentados na boa, na sombras mais frondosa, em animada cavaqueira como quem está em gozo de férias no arquipélago de Bazaruto. No final do mês, estes mesmos homens e mulheres exigem que o pagador da empresa lhes faça justiça depositando um gordo e respeitável salário nas suas contas.

Bula bula, que não gostou nada daquele quadro, sugere ao Conselho de Administração da EMTPM que passe a fazer o contrário. Que sejam aqueles mecânicos a pagar pela acomodação naquele recinto. Aquela brisa devia ter um preço de hotel de umas três ou quatro estrelas.

O debate sobre os transportes tem barba branca e os próprios familiares destes mecânicos também são afunilados em transportes semi-colectivos, mas estes não aprendem. Pelo que se viu naquela visita do Chefe de Estado, ainda que a China nos ofereça metade da sua frota, continuaremos os mesmos, andando de “chapa” porque os trabalhadores daquela empresa são os manhosos com calos e vincos.

Mas, falando cá com os botões, será que a localização da EMTPM não contribui para aquele estado de coisas. A sede desta empresa está a paredes meias do mercado informal mais informal de todos. O “Estrela”.

Ali onde é possível comprar as peças que te roubaram na noite anterior. Não será por ali onde andam algumas peças dos autocarros, incluindo pneus e baterias? Deve haver até faróis, piscas, correias, janelas, portas e assentos. É que não parece crível que se tenha 40 autocarros sem pneus e baterias de uma vez e que não seja possível repor. Para onde foram aquelas peças?

A sociedade espera que a coisa mude de figurino naquela empresa porque assim como está, e parafraseando o Presidente Nyusi que se mude a equipa porque treinadores já foram mudados. Há que recordar que em equipa ganhadora não se mexe, mas no caso da EMTPM não se pode dizer o mesmo. Haja moral ou comam todos!

 

 

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