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Os políticos e a paparoca

Por Idnórcio Muchanga

Bula-bulagosta de Bertolt Brecht. É um dramaturgo que captou com rara sensibilidade os misteres mais recônditos da alma humana. Mas como qualquer pessoa, também cometeu erros; um deles foi alvitrar que “para quem tem uma boa posição social, falar de comida é coisa baixa. É compreensível: eles já comeram”.

Brecht havia de ficar com os olhos trocados se pudesse dar um pulo para estas bandas e visse – com olhos de ver – o que fazem alguns políticos – assumindo-se aqui que estão nos degraus mais acima no quesito social – na hora da faca e do garfo.

Não é que há dias, numa cena organizada pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) Bula-bula ficou atónito. Aqui é preciso abrir um parênteses para dizer que Bula-bulatambém aprecia os manjares da nossa terra e que não perde pitada de provar comidas de outras latitudes, fechar parêntesis. Mas fá-lo com higiene de comportamento.

Ok. Retomando o fio a meada… a CNE organizou uma reunião que visava a apresentação dos procedimentos de candidatura a deputados do Parlamento e a Assembleias Provinciais aos políticos cá do burgo. A coisa correu como deve ser. Explicações aqui, dúvidas ali… tudo no miudinho. A CNE, com uma paciência franciscana, foi dando luzes aos nossos ilustres políticos (?). Esqueceu-se, porém, de lembrar-lhe que para tudo existem regras… até mesmo para uma refeição.

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