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O regresso dos “mwalis”

Por admin

O bairro do Ferroviário, Município de Maputo, acolheu, há dias, a cerimónia tradicional do regresso dos mwalis dos ritos de iniciação, como mostram aqui as fotos do nosso colega Inácio Pereira. Esta é uma prática tradicional das comunidades do norte do país, províncias de Nampula, Cabo Delgado e Niassa, que junta adolescentes a partir de cinco anos de idade.

 Ficam quase 30 dias fechadas numa casa ou palhota, a serem preparadas para a vida futura. Como se comportar diante das pessoas, em particular, mas sobretudo como fortificar o amor, o casamento, a família que futuramente irão constituir, são algumas das lições que recebem. Como sabemos, se não estivemos lá e as recém-educadas são proibidas de contar o que de lá vem? Isso é outra história. 

Que é cultura, ninguém diz que não, cujos resultados nos batem à porta no dia-a-dia e nos confrontamos na sociedade, conforme tenham assimilado bem ou mal, dos mais velhos.

No dia do regresso ao convívio familiar, há festa de arromba. São sempre convidados amigos e familiares, em princípio todos convencidos de que uma nova pessoa nasceu. Vestida, alias, escondida de capulanas, o suficiente para que quem queira vê-la tenha que desembolsar algum valor monetário simbólico, para ter o privilégio de espreitar a “ nova” pessoa que a educação tradicional gerou. Lindas, meigas, com caras untadas de óleo de rícino ou de outros comprados nas perfumarias que pululam pela urbe. Aí estão elas, celebrando vida nova.

Fotos de Inácio Pereira

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